Muitas vezes falo a meus alunos do curso de Letras sobre a necessidade de construirmos pontes. Essas podem representar os relacionamentos interpessoais, o networking, a verificação acerca do entendimento dos alunos em nossas aulas, as portas abertas com nossos empregadores, parceiros e colaboradores. Pontes são essenciais para conectar dois mundos, duas realidades, duas partes distantes.
Todavia, há alguns momentos em que queimar pontes é a escolha certa a ser feita.
Alguns desses momentos, obviamente, podem incluir sair de um relacionamento abusivo – seja ele amoroso ou profissional. Mas, refiro-me aqui a queimar pontes para que não retrocedamos, para que não voltemos a nossas zonas de conforto ou maus hábitos. Estou me referindo a queimar pontes para que possamos seguir em frente em nosso sucesso pessoal ou profissional.
É necessário tomarmos uma decisão, fazermos escolhas, seguirmos adiante e não olharmos mais para trás.
Foi assim, logo que terminei minha graduação. Trabalhava em uma boa empresa, mas não atuava no que eu levara quatro anos estudando. Estava satisfeita no trabalho. Estava em minha zona de conforto. Não hesitei muito. Negociei minha saída do emprego confortável e conhecido. Sei que deixei portas abertas e queridos amigos que me apoiariam caso eu quisesse retornar. Entretanto, mentalmente, eu queimei aquela ponte. Eu só tinha uma opção: seguir em frente.
Dizem que Júlio Cezar, quando desembarcou na Costa Britânica com seu exército, mandou queimar todos os navios que haviam transportado a todos eles e que seriam indispensáveis para a retirada em caso de derrota. A ideia de Júlio Cezar era clara: eles precisavam vencer ou vencer. Não havia como voltar, só mesmo ir em frente. Os navios eram as pontes que os homens daquele exército queimaram. Assim, eles só possuíam um objetivo: vencer. Simplesmente não havia plano B. Então, conseguiram realizar sua meta.
O grande desafio, de acordo com Abraham Lincoln é ter a sabedoria para saber qual ponte devemos atravessar e qual devemos queimar. Feita a escolha, quanto não há como voltar, só resta-nos seguir em frente, desbravando novos caminhos e tendo o coração cheio de gratidão por termos destruído algumas pontes.