A baiana conquistou reconhecimento internacional com o seu projeto. Entenda como funciona!
Anna Luísa Beserra é uma brasileira de grande visão, que desenvolveu um projeto capaz de melhorar a vida de milhares de pessoas.
Formada em Biotecnologia, pela Universidade Federal da Bahia, a jovem desenvolveu o projeto “Aqualuz”, sistema que, através da radiação solar e de forma sustentável, converte água contaminada em ideal para consumo em regiões de extrema seca.
A ideia do projeto surgiu quando Anna tinha apenas 15 anos e cursava o ensino médio e, para colocá-lo em prática, teve a ajuda três outros estudantes: Letícia Nunes Bezerra, que cursou Curso de Engenharia Ambiental na Universidade Federal do Ceará; Marcela Sepreny, que estudou Engenharia Química no Centro Universitário Senai Cimatec (BA), e Lucas Ayres, profissional de Ciência da Computação pela Universidade Federal da Bahia.
O produto desenvolvido pela equipe é uma caixa de inox coberta por um vidro e uma tubulação simples ligada à cisterna, reservatório comumente usado para armazenar água da chuva ou de caminhão-pipa. A filtragem da água ocorre sem o uso de compostos químicos, ajudando na redução de doenças.
O processo acontece da seguinte maneira: em primeiro lugar, a água é bombeada da cisterna para a caixa através de um encanamento, passando por um filtro ecológico feito de sisal. Em seguida, o filtro retém partículas sólidas. Quando a água já está armazenada na caixa de inox, ocorre a desinfecção, com o líquido exposto à radiação solar para eliminação dos micro-organismos patogênicos.
A temperatura no interior da caixa é mantida alta para ajudar a eliminar as impurezas. No final do processo, um dispositivo acoplado à caixa muda de cor, avisando quando a água está própria para consumo. Cada processo de filtragem dura em média quatro horas. O sistema é capaz de filtrar até 28 litros de água por dia.
A caixa pode durar 15 anos e requer cuidados práticos: limpeza com água e sabão e troca do filtro natural (com o estoque de refil já fornecido). Não é necessário fazer manutenção.
O “Aqualuz” foi testado em laboratórios certificados, como do Ministério da Saúde, e os resultados mostraram que ele reduziu em 99,9% a presença de bactérias de referência. Em 2019, ele ajudou a distribuir água potável para 265 pessoas dos estados nordestinos de Alagoas, Ceará, Bahia e Pernambuco.
- Pessoas inspiradoras: Menino de 9 anos economiza durante cinco anos para comprar um Chevette
O projeto da baiana recebeu, no mesmo ano, reconhecimento internacional. Ficando entre 35 finalistas globais do Prêmio Jovens Campeões da Terra, da ONU, na categoria América Latina e Caribe, com outros quatro jovens, Anna venceu a competição.
O prêmio é voltado para jovens empreendedores com ideias inovadoras, levando em conta o futuro do planeta. Também ganhou outro prêmio que reuniu 400 startups de tecnologia nos Estados Unidos. Por essa conquista, ela recebeu R$ 25 mil.
O “Aqualuz” continua na ativa, como é possível observar no Instagram da jovem, que criou a sdwforall, uma startup de impacto social. Que grande exemplo para o nosso país. Desejamos muito sucesso aos empreendimentos de Anna!