Tudo o que vivi anteriormente trouxe-me até aqui. Tudo o que sou, vivo, acredito e aplico é fruto das experiências que tive no passado, boas e más.
Em vez de vermos os problemas como sinais de fracasso, deveríamos honrá-los como oportunidades para crescer, como sinais que o Universo nos deu de que há algo que precisamos de mudar em nós para continuar a melhorar a nossa vida, de dentro para fora.
Até traumas e circunstâncias mais graves que nos marcam até hoje, devem ser valorizadas como ferramentas que nos tornaram mais fortes, resilientes e com uma capacidade maior para transcender, para crescer espiritualmente.
Há pessoas que sofreram tanto, que o passado deixou uma cicatriz que parece nunca mais sarar. Há que relembrar que a causa do sofrimento não foi o que aconteceu, mas aquilo que sentimos em relação a isso.
“Circunstâncias não importam, apenas o nosso sentimento em relação a elas.” – Bashar
O sentimento marca o tom do momento presente. Podemos estar a viver uma experiência e a pensar noutra, e o sentimento que a lembrança nos traz é o que estamos a viver agora. Ou seja, relembrar um acontecimento negativo do passado é o mesmo que estar a vivê-lo no presente.
As emoções são indicadores do que estamos a atrair para a nossa vida – tristeza gera tristeza. No entanto, momentos de tristeza são benéficos, porque mostram o poder que temos de gerar acontecimentos através da nossa mente.
Uma pessoa que viveu um período de grande insegurança continuou a atrair mais circunstâncias que alimentam esse sentimento, até ao momento em que “acorda” e percebe que não precisa de se sentir assim.
Então, independentemente das circunstâncias que lhe fazem sentir insegura, decide começar a ver os aspetos positivos em si mesma, porque lhe faz sentir melhor.
E a partir daí tudo muda. As razões para ser insegura cessam, pessoas que lhe criticavam “misteriosamente” desaparecem, enfim, tudo se move de uma forma quase mágica.
Tudo porque a pessoa insegura decidiu parar de se reprimir, de achar que tudo era culpa dela.
O que parecem ser fracassos, obstáculos na nossa vida, que podem manifestar-se de variadas maneiras – problemas familiares, incapacidade de integração na sociedade, vícios, falta de possibilidades financeiras, etc. – são simplesmente indicadores de como ia o nosso mundo interno.
O tom da nossa vida física advém do tom das nossas emoções e pensamentos, que treinamos durante um longo tempo (provavelmente a nossa vida toda) e que gerou todo o tipo de acontecimentos.
O ponto de ebulição – o estado a que as coisas chegam que nos fazem dizer “chega!” – é quando os problemas parecem tão incontroláveis, que largamos tudo, incluindo as nossas crenças limitantes, que foram a causa de todos os problemas em primeiro lugar.
E é essa rendição, esse desistir de nos culparmos e vitimizarmos, que nos liberta, e abre espaço para coisas maravilhosas que nem conseguíamos imaginar. Coisas como uma nova perspectiva de vida, inspiração para tomar uma decisão que muda tudo para melhor, pessoas que nos amam, e mais amor próprio.
Sem todos os problemas que tivemos, não conseguíamos ter essa clareza. Por isso, honremos as fases de escuridão, que nos mostraram onde é a luz.