“Na vida, cada um oferece apenas o que tem.”
Uma das lições mais difíceis de se aprender nesta vida é deixar de esperar dos outros o que eles não têm ou não querem nos dar.
No barco daqueles que esperam do próximo o mínimo de respeito, educação e consideração, tenho certeza de que não estou sozinha. Mesmo com tantas decepções, com a maturidade e passar dos anos, quem nasceu assim, dificilmente mudará.
Não se trata de querer aplausos, elogios ou reconhecimento. Talvez, a palavra que mais se encaixe aqui, neste sentido, seja gratidão. Penso que, diariamente, devemos acordar para fazer e dar o nosso melhor, sem esperar por isso, nada em troca. Porém, quando a mão que ajudamos a conduzir em algum momento pelo melhor caminho que considerávamos ser possível é a mesma que nos fere ou nos aponta seus dedos e julgamentos, isso nos dói, machuca, maltrata.
Tudo o que fizemos, absolutamente tudo, está atrelado diretamente aos nossos valores e princípios. O que dizemos, pensamos, esperamos, nossa maneira de amar, de calar, de ajudar quem precisa, de ignorar quem merece, de abdicar de nossa individualidade e bem-estar em prol do outro, tudo isso tem reflexo direto em nossa essência, no que somos de verdade.
Como definiu Tchilla Helena Panitz, somos todos, diferentes uns dos outros. “Não espere que as pessoas sejam iguais a você. Não as subestime, não as julgue, não gere expectativas, porque expectação não é possibilidade, nem probabilidade, mas mera presunção de anseio”.
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Não se trata de esperar flores e bombons todos os dias. Mas sim que, vez ou outra, sejamos acarinhados. Não se trata de esperar declarações de amor, afeto ou reconhecimento. Mas sim que, num dia qualquer, sem explicação, sejamos lembrados afetuosamente. A decepção é ainda maior quando vem de pessoas que consideramos importantes. E não é que elas falhem mortalmente. Às vezes, o que nos dói, não passa de simples detalhes, pequenos gestos que, para nós, fazem toda a diferença.
Há quem diga que uma das formas mais simples de encontrar a felicidade está na simples ação de minimizar expectativas. Diz a lenda que quando não esperamos nada de ninguém e tudo de nós mesmos, nossos corações passam a acumular menos decepções.
Não é que eu viva num mundo de faz de conta, que acredite em fadas e duendes. Muito menos que eu pinte de cor de rosa aquilo que é cinza, bege, opaco. Acreditar no ser humano não é defeito. Respeitar, tolerar e ceder, muito menos. Não digo que tenhamos que nos colocar sempre em segundo plano, longe disso. Porém, colocar-nos no lugar do próximo e tentar entender que às vezes o que nos é por ele dado é o máximo que esse alguém pode nos oferecer, deixa a vida mais leve.
Amadurecer é aprender que não podemos fazer tudo, em todos os momentos, pelo outro. É aceitar que nem sempre somos prioridade na vida de quem amamos, naquele instante. E, que em muitos casos, não é que não sejamos amados, é que simplesmente existem diferentes formas de sentir, priorizar, demonstrar, reconhecer e manifestar amor e gratidão.
Temos que ser prioridade em nossas vidas, colocarmo-nos em primeiro lugar. Quando aprendemos a dizer não, passamos a ouvir as negativas com mais naturalidade. Assim, elas acabam doendo menos.
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Que jamais deixemos de fazer o bem ao próximo. Porém, que saibamos dar o nosso melhor, para nós mesmos. Afinal, como li certa vez por aí:
“Na vida, cada um oferece apenas o que tem. Não espere encontrar conteúdo em pessoas vazias, amor em pessoas frias, humildade nos arrogantes. De fato, cada um oferece apenas o que possui.”
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