Nosso mundo é cheio de problemas. A violência domina muitos lugares, os seres humanos estão cada vez mais egoístas e intolerantes, e apesar de muitas doutrinas pregarem o amor, respeito e compaixão, a religião é responsável por uma violência sem tamanho e um número significativo de mortes todos os dias.
No entanto, nem tudo está perdido. Há um número maior de pessoas que conseguem construir uma vida, no mínimo, estável.
Menos crianças estão partindo desse mundo cedo, os direitos de mulheres e minorias é um direito em vários países e a liberdade de expressão é mais praticada. Não estamos em nosso melhor, mas há esperança.
Ainda assim, há ira e tensão em muitas das maiores nações do mundo. As pessoas desses países vivem com medo e ansiedade sobre o futuro.
Isso porque, muitos refugiados, vindo de lugares onde o terror e guerra são uma constante, buscam uma vida mais humana e pacífica em suas terras. Essa migração de pessoas “estranhas” para suas terras provoca insegurança e diminui os níveis de esperança de uma vida melhor.
Mas por que isso acontece?
De acordo com um experimento, os idosos que não se sentem úteis para aqueles ao seu redor têm três vezes mais propensão de morte prematura do que aqueles que sentem que contribuem socialmente. Esse experimento ressalta uma verdade para a qual devemos nos atentar: todos nós precisamos nos sentir necessários em nossa comunidade.
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É importante esclarecer, no entanto, que esse “ser necessário” não tem nada a ver com egocentrismo e necessidade constante de mostrar-se e obter aprovação. Na verdade, refere-se a nossa tendência natural em servir e cuidar das pessoas em nossas vidas. Essa necessidade é resumida pelos budistas em uma sábia frase: “Se alguém acender uma luz para os outros, também iluminará o próprio caminho.”
A importância do cuidado e serviço aos nossos semelhantes é confirmada por diversas pesquisas científicas e estudos. Os americanos que fazem do serviço ao próximo uma prioridade são quase duas vezes mais propensos a sentirem e compartilharem publicamente a satisfação com suas vidas; e os alemães que servem ao próximo são cinco vezes mais propensos a demonstrar sua felicidade. O desinteresse e a alegria estão entrelaçados. Isso comprova que quando fazemos o bem para os demais, realmente estamos iluminando nossas próprias vidas.
Quando analisamos essa dimensão, podemos ter uma ideia do porquê grandes países estão passando por momentos de dor e sofrimento. Essas nações possuem riquezas materiais abundantes, porém existe um número cada vez maior de pessoas sentindo-se desnecessárias, desconectadas da sociedade. Esse sentimento diminui nossas vibrações e propicia o desenvolvimento de dores emocionais e emoções negativas, favorecendo o isolamento social.
Como agimos nessas situações?
A resposta é pessoal. Nós todos podemos contribuir com o mundo, e devemos nos perguntar a cada dia o que podemos fazer para ser mais gratos as nossas bênçãos e iluminar a vida daqueles ao nosso redor. Nossa missão enquanto seres humanos é colocar em prática a união e fraternidade através de compromissos pessoais diários.
Por mais que a responsabilidade de tornar o cuidado ao próximo um hábito seja de todos nós, os líderes têm maiores oportunidades, portanto maior compromisso, de estimular o avanço da inclusão em todas as áreas da vida, consolidando uma sociedade verdadeiramente colaborativa, que favorece o crescimento e realização de todos.
É vital que as pessoas em cargos de liderança entendam que uma sociedade verdadeiramente positiva é aquela que oferece oportunidades para todos. Oportunidade de uma educação que contribui positivamente para o sucesso na vida, desenvolvimento de habilidades que propiciem uma vida tranquila, segurança e proteção, liberdade de expressão, políticas de inclusão e incentivo ao desenvolvimento pessoal e melhores condições de vida.
A missão da construção dessa sociedade não é fácil, existem muitas ideologias diferentes sendo seguidas, e nenhuma delas têm todas as respostas. Por esse motivo, precisamos sempre lembrar que não são as religiões ou pensamentos políticos que nos unem, e sim a crença no bem em todas as suas versões, contribuindo para um mundo mais positivo e justo para com todos. Já temos muitos problemas que vão muito além do superficial, e exatamente por isso nossos relacionamentos e diálogos devem ser mais significativos.
Para evitarmos ver nosso mundo consumido por ódio e frustrações, devemos trabalhar juntos na criação de um ambiente que alimente positivamente o desejo natural humano de se sentir necessário. Acredite, há espaço para todos!