Como resultado de uma junção de fatores, os bairros de Maceió foram abandonados pelos próprios moradores!
Escondidos dos holofotes e fotos turísticas, há bairros em Maceió, a capital de Alagoas, que foram completamente abandonados por conta da mineração de sal-gema, que tem afundado o solo e trazido a sensação de um cenário pós-guerra catastrófico. Segundo a BBC, o local tem diversas casas destruídas, muros pichados e ruas vazias, que ficaram famosas por ser uma típica “cidade-fantasma”, em contraste com as belezas impressionantes de outros locais da região.
Tudo começou em 2018, quando as pessoas começaram a perceber o afundamento dos bairros depois de uma chuva torrencial, em que houve tremor da terra de 2,4 pontos na escala Richter. Apesar de pouco, isso foi suficiente para instaurar o caos nos moradores. O resultado foram danos em algumas casas, que registraram rachaduras, além de fissuras nas ruas. O primeiro a perceber o estrago foi o bairro do Pinheiro, um dos mais tradicionais da cidade, que abrigava moradores de classe média, localizado na área central da capital.
Logo depois, os danos também foram sentidos nos bairros de Bebedouro, Mutange, Bom Parto e Farol. No mesmo ano, o processo de desocupação da área começou de forma voluntária, com as famílias deixando o bairro de Pinheiros. O bairro onde havia casas e prédios de classe média e alguns de luxo foi completamente desocupado; um hospital também precisou se mudar.
![Conheça a "cidade-fantasma" do Nordeste que está afundando!](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2022/08/Imagem-1-Conheca-a-cidade-fantasma-do-nordeste-que-esta-afundando.jpg)
Conforme a BBC, em janeiro de 2019, o governo federal liberou um auxílio de mil reais para pagar o aluguel de vítimas do estrago. Já em maio, foi confirmado pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM) que a mineração era a causa do afundamento, e com estudos posteriores, foi observado que o problema era maior do que o esperado, pois o mapa de risco foi ampliado para os bairros de Bebedouro, Bom Parto e Mutange. Estes eram ocupados por moradores de classe média baixa e baixa, que tiveram de desocupar suas casas por riscos de afundamento abrupto do solo.
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![Conheça a "cidade-fantasma" do Nordeste que está afundando!](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2022/08/Imagem-2-Conheca-a-cidade-fantasma-do-nordeste-que-esta-afundando.jpg)
No fim, segundo o jornal Estado de Minas, mais de 17 mil pessoas precisaram deixar suas casas em Maceió por causa do fenômeno geológico. Na “cidade-fantasma”, o afundamento do solo destrói prédios, “engole” ruas e derruba paredes. Sendo assim, desde 2018, o cenário dos bairros, que eram bonitos e bem estruturados, deu espaço para o fechamento de prédios públicos e até mesmo saques em residências que foram abandonadas.
![Conheça a "cidade-fantasma" do Nordeste que está afundando!](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2022/08/Imagem-3-Conheca-a-cidade-fantasma-do-nordeste-que-esta-afundando.jpg)
Quem mais sofreu com a transformação dos bairros foram os moradores, que foram lesados e durante um período precisaram conviver com simulados de evacuação de imóveis, fendas enormes abertas no asfalto, tornando as ruas intransitáveis, além de cortes temporários de energia. Com erosões e rachaduras, não há mais nada funcionando no local, ficando completamente abandonado e ganhando ares de “cidade-fantasma”.
O que aconteceu?
Após pesquisas, o Serviço Geológico do Brasil apontou que o afundamento do solo tinha relação com a empresa Braskem, de mineração, que tinha aberto 35 minas no subsolo para extração de sal-gema durante quatro décadas. Os bairros Bebedouro, Bom Parto e Mutange ficam às margens da lagoa Mundaú, onde estava localizada a maioria das minas perfuradas pela empresa.
![Conheça a "cidade-fantasma" do Nordeste que está afundando!](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2022/08/Imagem-4-Conheca-a-cidade-fantasma-do-nordeste-que-esta-afundando.jpg)
Ainda segundo a BBC, a Braskem rebateu o laudo inicial, mas depois recuou e passou a bancar os custos dos aluguéis e mudanças que os moradores precisavam fazer. Assim, ela criou um plano de desocupação que indeniza moradores e comerciantes, além de trabalhar no fechamento das minas.
Segundo o jornal Estado de Minas, a empresa pagou cerca de R$ 713 milhões em indenizações, auxílios financeiros e honorários de advogados.