Cansei de procurar a paz verdadeira e perder tempo acreditando que a minha história deveria sofrer interferência do que os outros pensam, quando o que mais importa é ser feliz da forma como acredito.
A maneira como nos socializamos pode fazer com que dependamos da aprovação de terceiros. Nascemos para viver em comunidade, e vamos nos apegando a todas as formas de sobrevivência que enxergamos, sem refletir sobre saúde mental, amor-próprio e até limites.
Dessa maneira, temos alguns caminhos a seguir: vamos modificando nossa essência para nos encaixar naquilo que esperam de nós, deixamos que todos os comentários nos atinjam ou simplesmente superamos e deixamos que nossas escolhas nos guiem.
Para todos os efeitos, temos a possibilidade de não abandonar nossa potência, ao mesmo tempo que vivemos em sociedade, só não podemos nos abalar com comentários e posicionamentos alheios.
São poucas as pessoas que sabem da nossa realidade, que compreendem nossa história, que enxergam nossas cicatrizes como vitórias e que respeitam nossas escolhas. O mundo poderia ser repleto de indivíduos amorosos, que usam os afetos como ponto de partida, mas sabemos que nossa estrutura impossibilita isso, criando um verdadeiro ringue.
Cada um precisa lidar com seus fantasmas internos, precisa abraçar suas estranhezas e refletir sobre suas frustrações. Não se engane, todos têm pontos em si mesmos que gostariam de mudar, mas que não sabem ao certo por onde começar, e isso pode afetar suas relações. Quantas vezes você não presenciou uma pessoa depreciando outra apenas porque se sentia insegura?
Existem pessoas que só conseguem compartilhar aquilo que guardam em seu interior, preferindo criar inimizades a assumir que precisam mudar a forma como enxergam o próximo.
No momento em que percebemos que perdemos tempo demais tentando agradar a indivíduos repletos de inseguranças, podemos finalmente retomar as rédeas de nossas existências.
Elas nos colocam em posições que não deveriam soar como um ataque pessoal, e sim como a maneira como tais pessoas se enxergam.
Querem nos diminuir porque sentem que essa é a única maneira de lidar com os próprios vazios, mas não podemos deixar que isso interfira em nosso caminho e na forma como enxergamos o mundo.
A paz que advém da tomada de consciência é inexplicável. Quando compreendemos que todos lutam contra os próprios defeitos, vamos alimentando ainda mais nossa essência, cercando-nos de gente que realmente nos quer bem, fazendo nossas coisas preferidas e indo aonde bem quisermos.
Esse é o momento de olharmos ao redor e nos perguntar: quais pessoas me deixam confortável em ser quem eu sou? Quais pessoas valorizam minha presença? Quem realmente está ao meu lado nos momentos em que mais preciso? Não se prenda a depreciações de quem pouco compreende sua trajetória, use o seu precioso tempo para construir edificações sólidas em laços com quem nos deseja apenas o bem.
Lembre-se que nem tudo o que dizem para você é necessariamente um ataque pessoal. As pessoas emergem aquilo que têm em seu interior, e isso não nos diz respeito.
É possível viver em paz com suas escolhas, cultivando boas amizades e tendo romances de paralisar o coração sem precisar levar a sério tudo aquilo que dizem sobre você.
É importante sempre resgatar nossas origens em momentos de dúvidas, por isso, lembrar de onde viemos e quais os nossos objetivos de vida pode auxiliar nesse longo caminho de inserção e aceitação sociais. Nunca devemos abandonar aquilo que somos apenas porque nos disseram que devemos fazê-lo, nossa paz deve ser o bem mais precioso que temos.