Até quando você vai colocar a culpa no destino?
Você pode estar conspirando contra o amor!
Ele ligou. Tudo o que ele queria era chamá-la para fazer algo juntos. Um lanche, um cinema sem pretensão e coisas pretensiosas, talvez até rolassem depois.
Ela, ao ver o número dele no visor do celular, ansiou por um convite, para um lanche, um cinema sem pretensão e coisas pretensiosas, talvez até rolassem depois.
Ela atendeu com um “oi” animado.
Ele, tudo o que ele conseguiu, foi responder ao “oi” com a mesma animação e falar banalidades. Inventou uma desculpa por ter ligado e não consegui convidá-la para coisa nenhuma.
Terminou a ligação com um “qualquer dia vamos marcar qualquer coisa” e desligou, para desespero de ambos.
Ela achou que tinha dado as dicas quando comentou que havia uma exposição assim-assim no MAM e que não tinha assistido alguns dos filmes indicados ao Oscar.
Ele achou que ela era intelectual demais, bonita demais, exigente demais, para querer a companhia dele.
Ela, que já tinha vasculhado fotos dele no Facebook, onde encontrou uma dezena de meninas lindas, não se sentiu à altura. Provavelmente, ele ligou só por ligar, não tem interesse em mim. Foi assim que ela pensou.
Ele, achando que não tinha nenhuma chance, ligou a TV e foi assistir a um documentário sobre a Teoria da Conspiração.
Ela, rodou pelos canais e parou para assistir o mesmo documentário. Cada um no seu sofá, cada um no seu cada um, sem saber que a tal teoria não diz que o tempo todo conspiramos contra nós mesmos.
(Do livro Considerações Finais, de Cristina Hare. Não pode ser reproduzido sem autorização/créditos da autora)
Quantas vezes você tem se comportado assim?
Permita-se!
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