Há muito mais por trás da maternidade do que podemos observar em uma análise rápida.
Nos comerciais de televisão, anúncios em jornais e até mesmo em muitos filmes e séries, a maternidade é abordada como uma das experiências mais felizes e tranquilas que uma mulher pode viver.
Nesses cenários, as mães são sempre mostradas como mulheres extremamente fortes e ágeis, capazes de fazer tudo em tempo hábil e nem sequer se sentem cansadas de todas as atividades das quais precisam dar conta todos os dias.
Se o nosso contato com a maternidade é apenas baseado nesse tipo de material, é muito fácil idealizar esse estilo de vida e colocar como meta ter uma infinidade de filhos, acreditando que teremos toda a ajuda do mundo para guiá-los a cada nova etapa da vida.
No entanto, deixo aqui um alerta muito importante: a maternidade não é nada como mostrado nas romantizações da televisão e da publicidade.
Por trás de toda a alegria e dos bons momentos que são sim parte desses processos, a maternidade também pode representar uma profunda mudança de vida para as mulheres, especialmente aquelas que criam os filhos solteiras, sem nenhum tipo de apoio.
A função das mães não é apenas amar, brincar e alimentar seus filhos. É também investir no desenvolvimento do seu caráter desde cedo, lidar com birras e crises emocionais, além de conciliar suas responsabilidades do dia com a de educar uma criança, que talvez seja a mais séria de todas.
Ser mãe é se ver obrigada a abrir mão de muitas coisas, como hábitos, sonhos e momentos de descanso e lazer em nome dos filhos, para cuidar deles da melhor maneira possível e alcançar tudo que desejam.
É ter que se desdobrar em duas, três, dez para atender a todos os chamados, pedidos de carinho, brincadeiras, alimentos, e se virar para entregar tudo na hora certa, porque o amor pelos filhos nos motiva a cometer o mínimo de erros.
Ser mãe de verdade é abdicar de parte de sua liberdade e autonomia por toda a vida para sempre estar disponível quando os filhos precisarem. É ter o coração fora do corpo e abandonar de vez o conceito de individualidade.
Ser mãe é nunca mais poder usar o banheiro de porta fechada, é viver recolhendo os brinquedos espalhados pela sala e ter de conciliar a rotina profissional com a doméstica, encontrando um tempo para tudo, para que os filhos não cresçam traumatizados pela ausência de amor e atenção.
Quando uma mulher se torna mãe, as portas para um novo mundo se abrem em sua vida. Elas entram numa fase de muitas descobertas e de muitas coisas boas, mas também são apresentadas a uma gama infinita de responsabilidades que as acompanharão por toda a vida.
O trabalho de uma mãe a cerca de todos os lados e nunca tem fim. Por isso, é preciso uma grande vontade de ter filhos para colocar esse objetivo em prática e vivê-lo com a devida responsabilidade.
A maternidade é mais do que um ato de amor, é uma responsabilidade diária que pode ser extremamente exaustiva. Jamais devemos romantizá-la, minimizando os problemas vividos pelas mães.
Quando encontrar uma mãe passando por problemas, ao invés de julgamento, ofereça-lhe ajuda; mesmo que não fale, ela está certamente tendo de lidar com muitas coisas e precisa de uma mão amiga que lhe transmita confiança.
A maternidade precisa de menos romanização e mais consciência. Faça a sua parte!