Esse termo “dar o gelo” em alguém, existe desde os primórdios. Desde antes do meu colegial e, quando observo nas redes sociais, apesar das mudanças de gíria com o passar do tempo, ele ainda é usado constantemente. O significado de “gelar” uma pessoa é exatamente o seu real significado: congelar, tratar com frieza, resumindo: ignorar. E por que fazemos isso?
Vou te falar, o ser humano é uma criaturinha das muito complicadas e, com nossas manias, com nossos defeitos, egoísmo, orgulho, nos vemos sempre em situações onde magoamos alguém ou somos magoados, porque, afinal, convivemos com outras pessoas e cada qual bem diferente umas das outras. O resultado de uma atitude errada (ou interpretada assim) pela outra pessoa, recebe de retorno atitudes como “gelo”.
Quando você já explodiu, gritou, xingou, arrancou os cabelos, ameaçou, fez drama, chorou dizendo que saltaria do 13º andar e mesmo assim nada surtiu o efeito desejado, você opta pela segunda opção: ignorar o coitado (ou coitada).
Alguns bem que merecem passar por esse “momento frio” porque eu bem sei que tem muita gente abusadinha por aí, que fala sem pensar, que acha que as outras pessoas nasceram para servi-las ou que irão esperar por elas durante uma vida inteira até que, decidem na hora que der na teia, aparecer feito um lindo super-herói em sua janela dizendo: “agora estou pronto!” imaginando que agora sim, agora você o(a) receberá de volta.
Será mesmo que é assim? Que tudo gira em torno do tempo de outra pessoa e não no dos dois? Até quando vai ficar esperando? Hein?
Bom, ninguém gosta de esperar, ninguém gosta de fazer papel de bobo em uma relação, certo? Você ama aquela pessoa, mas, não quer ser feito de capacho dela, só quer ser amado à mesma maneira. Simples! Daí que entra o PLANO B, conhecido como um investimento para o futuro.
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Então, quer dizer, que se eu “der o gelo” em alguém vai funcionar? A reação será de atraí-lo ao invés de afastá-lo?
Acho que em 70% funciona, pela minha experiência e pelas vezes que eu também usei do método. Nós amamos o que não temos, valorizamos o que não podemos possuir e, principalmente, aquilo que não beija nossos pés. Sendo assim, quando você está sempre disponível, cria uma caminha confortável para o outro indivíduo que o faz agir desinteressadamente te valorizando bem menos do que você merece. Tão acostumado a essa sensação de ser estendido tapete vermelho toda vez que passar, quando você não estiver mais jogando pétalas de rosas entre seus passos, com certeza ele irá parar e questionar: “Opa! O que mudou?”
Observando que algo mudou, que você não está mais tão disponível, “a falta” o fará voltar. Esse é o famoso “amor de Eros”, o amor da falta, do que não se tem, do impossível, do inatingível, do “descobri que amo depois que perdi”. É, somos sim um bando de sem-vergonhas, o que você pensa? Mas, muitas e muitas vezes, o “gelo” funciona e funciona bem. Salvo alguns casos onde a criatura estava mais que afim de te ver longe do que perto. Neste caso, ele suspira aliviado com sua ausência.
Se valorize mais, é o recado de hoje. Se precisar tratar com frieza ou nem falar com alguém por um tempo só pra ver se vai funcionar, faça. Mas faça ciente de que também pode dar errado essa tática. De qualquer modo, deixe que o outro sinta sua falta. Deixe que ele te procure, que implore e queira sua presença, sua companhia, suas palavras. Afinal, o mundo é um grande supermercado e se você não for bem-sucedido no departamento de congelados, que tal tentar no setor dos Orgânicos ou no açougue. Dá que você encontra um filé… (risos).