Quem conduziu o experimento foi a Hyundai, no Reino Unido, em 2016, e as imagens captadas mostraram que as mulheres supostamente ficariam 12% mais irritadas que os homens.
Quando o assunto é trânsito, o clássico embate entre homens e mulheres entra em pauta, sendo que um sempre aponta o outro como mais “barbeiro”, mais “irritado”, menos “concentrado”, entre outros adjetivos, sempre em tom pejorativo.
Mas, afinal, tem como mensurar quem dirige melhor e quem dirige pior?
A quantidade de estudos a esse respeito é imensa, por incrível que pareça, e mostram dados diferentes a depender do que está sendo analisado. Um estudo conduzido pela montadora de carros Hyundai, em 2016, no Reino Unido, apontou que as mulheres têm mais predisposição a se irritar no tráfego do que os homens.
De acordo com esse experimento, que envolveu mil motoristas do Reino Unido, as mulheres são mais afetadas pela raiva enquanto dirigem cerca de 12% a mais do que os homens. O estudo sugere que elas estariam “mais propensas” a perder a calma, e os pesquisadores que conduziram ainda justificaram os resultados com um suposto “sistema de alerta precoce” instintivo, que acompanha as mulheres desde suas ancestrais.
Esse “sistema de alerta precoce” seria basicamente uma sensação de perigo por ameaças que as mulheres sentem, como algo impresso em seus genes por conta da evolução da espécie. Dos mil motoristas escolhidos para o estudo, cerca de 450 também foram filmados com uma webcam. Os participantes eram “testados pelos sentidos”, e os especialistas queriam saber como a visão, o olfato, tato, paladar e audição provocavam respostas emocionais enquanto conduziam o automóvel.
O chamado “Teste de Emoção de Condução” apontou que as mulheres ficam cerca de 12% mais irritadas que os homens ao volante, como se a direção ativasse esse instinto de defesa de quando os ancestrais eram caçadores e coletores. Os dados da pesquisa mostram que essa emoção potencialmente mais forte apareceu quando as condutoras foram “agredidas, gritaram ou buzinaram, tiveram que lidar com um motorista atrás, ou foram confrontadas com outros motoristas na estrada”.
Dados e outras pesquisas
De acordo com reportagem do Daily Mail, esse estudo contradiz levantamentos anteriores no Reino Unido, que apontam que 96,6% das pessoas com raiva no trânsito são homens. Outras pesquisas também sugerem que os homens são “predominantemente” mais afetados pela raiva nas estradas do que as mulheres.
Um estudo mais recente, publicado em março de 2020 pela Universidade de Westminster, em Londres, revela que os homens são mais perigosos que as mulheres no trânsito, com dados recolhidos entre os anos de 2005 e 2015. A Associação das Seguradoras Britânicas informou que a disparidade de gênero nas estradas é alta.
“As estatísticas de acidentes nas estradas há muito mostram uma grande diferença. É muito mais provável que homens sejam mortos ou feridos gravemente nas estradas do que mulheres. Isso se aplica não apenas no Reino Unido, mas na maioria dos países”, disse em nota à CNN.
A situação não é diferente no Brasil, um levantamento feito pela Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que oito em cada dez pessoas que morrem em acidente de trânsito são homens. O trânsito do país é o quarto mais violento do continente, sendo a principal causa de mortes em jovens de 20 a 30 anos, e 80% das vítimas são homens.
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Historicamente, os números e estatísticas de grande parte dos países mostram que os homens são os que mais se envolvem em acidentes automotivos e os que mais morrem no trânsito. Isso acaba contradizendo o estudo anterior, que aponta a mulher como estopim curto no trânsito do mundo todo.