Um dos muitos assuntos abordados atualmente pelos meus pacientes nas sessões de Terapia é: “As pessoas se metem demais na minha vida. Estou de saco cheio disso”.
Eu sinceramente dou toda razão a quem sente-se incomodado com essa invasão. Muitas pessoas têm realmente esse mau hábito de intrometer-se na vida alheia, nem sempre por maldade, mas acabam não se dando conta do impacto que uma palavra, um “conselho” poderão causar na vida do outro.
Quando uma pessoa está passando por alguma situação e dificuldades, seja ela financeira, sentimental ou profissional, fica muito vulnerável. Todas as influências externas poderão reverberar em uma potência de grande escala.
Por isso, ao querer dar a sua opinião, tenha a certeza de que poderá – ou terá disposição para dar o acompanhamento necessário ao que aquilo o que disser causará no outro.
Antes disso, pense se você tem realmente propriedade para opinar. Comece analisando como está a sua vida. Você consegue resolver as suas questões? Ou as deixa de lado? Ou pior: acha que não tem problemas e que só os outros é que têm?
Se você não puder dar acompanhamento à pessoa, seja humilde em dizer que não tem capacidade para ajudá-la. Livre-se dessa responsabilidade. Não diga o que não sabe.
E se não tiver interesse, então, melhor ser sincero e sugerir que procure por outro amigo para desabafar. Mas se você perceber que o importante é mesmo para ele/ela desabafar e você quiser emprestar o ouvido, então também use de sinceridade e diga: “Olha, eu posso te ouvir, se você desejar desabafar. Mas quem poderá ajudar será um psicólogo, psicanalista, terapeuta, coach… Eu só poderei te ouvir”.
Resumindo, não torne a vida do outro pior do que está. Se não tem como ajudar, retire-se. Simples assim.
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