Porque será que o desapego é algo tão difícil de lidar e ao mesmo tempo tão necessariamente vital?
Temos que entender que não pertencemos a ninguém e que esse sentimento de posse que temos em relação a algumas pessoas é puramente ilusório e temporal. Nada é para sempre, e o medo de perder se torna tão iminente que passamos até mesmo à fixar nossos pensamentos somente no objeto de nosso apego, seja dinheiro, pessoas, etc.
O ser humano não entendeu ainda que estamos de passagem evolutiva neste plano e precisamos trabalhar a libertação interior com relação a bens materiais ou seres viventes, para que nosso estado vibracional se eleve cada vez mais.
A aceitação madura de que cada um passa por nós para nos ensinar algo e talvez não permanecer, deve ser a base de todo e qualquer relacionamento.
Quando entendermos isso, a leveza das ideias vai fluir naturalmente, as mágoas se dissolverão e a gratidão sempre acontecerá, seja por uma passagem que nos machucou a alma, seja por algo que deixou saudades. Entender que só fica quem tem que realmente ficar, e que só parte quem realmente já cumpriu seu papel conosco. Liberte-se!
Tudo tem seu tempo de ser e nada dura, nem mais nem menos do que deve realmente durar.
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A vida se resume em passagens que se dissolvem com o tempo… Precisamos ser gratos a todas elas e extrair de cada uma delas uma lição única para nosso constante florescer. Desapegar de um filho, de um marido, de um ente querido não significa deixar de amar. Muito pelo contrário…
O desapego é o amor universal, é tão libertador que conseguimos colocar todas as nossas angústias e medos nas mãos do Criador e deixar que Ele cuide de tudo, ainda que a morte nos tire quem pensávamos ter para sempre ao nosso lado. É compreender que tudo tem um propósito.
Temos que aceitar que não adianta querer prender alguém em correntes emocionais com ciúmes, prisões, paixões mórbidas e doentias, chantagens e auto piedade. Temos que estar prontos para libertar sempre, nos preparar para abrir mão de quem mais gostamos, para que um bem maior se cumpra, ainda que nosso ego diga não.
Uma vida saudável se faz dentro de um espírito libertador… Um espírito de verdadeira fé onde nem a morte e nem as separações mais dolorosas possam lhe abalar as estruturas e as bases emocionais. A independência material também deve ser mantida com desapego, tendo plena consciência de que somos seres capazes de galgar nosso próprio sustento sem nos ancorarmos no outro, gerando um tremendo medo de perdê-lo e, por consequência, criando dependências morais e infelizes. Toda dependência é infeliz, melhor dizendo.
O desapego é uma arte que deve ser praticada todos os dias, em todos os momentos, até que se torne um hábito.
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Deixemos de lado o egoísmo de uma vida de dependências emocionais e materiais e tenhamos como meta a plenitude de uma vida livre de amarras. Pessoas desapegadas conseguem emanar uma tranquilidade que se pode sentir de longe e atrair como verdadeiros ímãs as coisas que desejam, pois sabem que tudo tem seu tempo certo de vir e de ir embora. E aceitam, sem questionar sem dramas. Isso é a sabedoria que muitos buscam, mas poucos tem! Esse é o segredo da leveza de um ser.
Algumas pessoas vivem suas vidas presas à amarras tão fortes por puro medo de perder… Perder o que nunca tiveram de verdade. Essas pessoas não entendem que o estar fisicamente presente não significa estar em toda sua plenitude. Muitos casais vivem hoje de aparência por interesses materiais, por medo de libertar-se de um comodismo infeliz, e vão perdendo a paixão pela vida, vão apenas vivendo de aparências sociais. Isso é tão tipicamente humano que aquele que consegue se libertar dessa situação insustentável, sofre até discriminação por parte de uma sociedade hipócrita e presa a conceitos totalmente deturpados do que representa a felicidade: a famosa família margarina, dois carros na garagem, filhos saudáveis, casa confortável, viagens de férias para Europa e brigas intermináveis entre um casal que não sabe o que é intimidade há anos, mas essa parte ninguém sabe, é claro!
Então… O que é ser feliz? Talvez essa pergunta tenha milhões de respostas individuais, e talvez nenhuma delas seja real, já que a finitude existe tornando tudo vulnerável e fugaz, ou seja… Ilusão!
Para mim, a felicidade está no momento em que se é capaz de abstrair a solidez de uma vida mesquinha e presa a conceitos impostos de egoísmo e posse, para um sentimento de paz inabalável e altruísta, ainda que o mundo esteja desmoronando ao redor.
A Felicidade está no desapego de querer ser feliz a todo custo para apenas aceitar que tudo tem seu tempo de ser….
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E libertar o que tem que ir!