Tentando Ser Quem Eu Não Sou…
Acredito que pelo menos uma vez você já tentou ser aquilo que não é. Por qualquer motivo que fosse você já deve ter tentando ser forte quando estava fraca, ser corajosa quando tinha medo, ser durona quando se é frágil e mudar alguma coisa para agradar alguém. Não vejo problemas em fazer isso de vez em quando. Só que há algum tempo eu passei desse limite.
Desejei tanto ser uma pessoa que a outra adorava que fui aos poucos me modificando. Um jeito de falar, um toque, uma gargalhada mais contida e etc. só que ao final de pequenas mudanças eu desapareci. Sério. Ninguém me reconhecia e a gargalhada estrondosa que carrego tinha ido embora. Passei a não me ver mais no espelho e a amar aquela pessoa que eu tinha criado.
Tortura sem tamanho. Meus amigos só observavam e somente alguns se arriscavam a falar “com jeitinho” que eu estava mudada. E a bobona aqui sentia orgulho. Fui me perdendo dentro dessa pessoa e admirando ela. Acreditando que poderia ser quem eu quisesse ser. Eu sei que posso desde que mantenha minha base. Poxa, tenho 28 anos de história. Será mesmo que preciso mudar tanto?
Minha gargalhada absurdamente alta e meu jeito de moleca fazem parte da minha essência. Se tirar esses “defeitos” de mim eles derrubam todas as qualidades porque também são pilares da Babi que eu sou. Quando descobri isso, foi um soco no estomago. Principalmente porque teria que achar meu orgulho de ser quem eu era de novo. Eita trabalhão hein kkkk.
Foi um caminhar solitário e minucioso. Ainda tem coisas que não sei se são naturais da Babi ou se são hábitos tomados para que alguém sinta orgulho de mim. Estar em minha companhia me fez ver que eu amo a moleca mesmo. Com cada defeito (e tem uma lista viu kkk). Sinto orgulho dela por cada cicatriz que conquistou com choro e sorrisos.
Estou fazendo um caminho regresso agora. Indo, de novo, de encontro da louca que deixei para traz. Nesse momento amar somente a mim mesma tem me ajudado a seguir firme. Outra coisa que me auxilia é não ouvir qualquer coisa que as pessoas dizem que preciso mudar, mesmo que elas estejam certas. Não posso mudar nada enquanto não voltar a minha essência senão vou me perder de novo.
É uma questão de amor próprio. E um amor que sabe dos defeitos e aprendeu a conviver com eles. Tem coisas em mim que eu não vou conseguir mudar porque já esta enraizada e é assim que as pessoas identificam minha individualidade. Com a risada escandalosa minhas amigas já dizem:
– A Babi chegou!
E isso é motivo de orgulho porque é assim que elas me identificam pela minha transparecia de emoções (que já tentei e não muda por nada) e pela minha alegria escandalosa. Eu não tenho vontade de ser mais, ou melhor, que ninguém, nem sequer disputar e ganhar qualquer coisa. A única ambição que tenho é que aqueles que estão a minha volta e que de fato me amam saibam que a minha essência é o melhor que eu tenho para oferecer, para quem quer que seja.