Se você é doador ou tomador, ou conhece alguém assim, cuidado, aqui alerto sobre os perigos dos dois.
Primeiro vamos avaliar o que é doador e tomador e quais efeitos essas características podem ter em nossas vidas.
No livro Dar e Receber, Adam Grant cita que normalmente as pessoas que chegam no topo da escala de sucesso são as pessoas que ajudam os outros sem esperar nada em troca, que são os doadores. Já os tomadores são aqueles que gostam mais de receber do que de dar, que querem extrair dos outros em benefício próprio, para alcançar suas metas e seu bem-estar.
Podemos ser doadores em diversos níveis. Posso ser um doador, por ser gentil com as pessoas no meu dia-a-dia e deixar alguém passar na minha frente na fila do supermercado, por segurar a porta do elevador para a pessoa entrar, por ir lavar a chupeta que caiu do bebê que está na clínica esperando ser atendido, por levar um copo de água para o colega que nem pediu, enfim, por praticar gentileza e bondade diárias. Também posso ser um doador em escala maior como Gandhi, Madre Tereza e tantos outros que tem uma dedicação intensa ao outro, ou a causas maiores.
Já foi comprovado que fazer o bem desinteressadamente aumenta o nível de felicidade e bem-estar, diminuindo ansiedade e depressão, sintomas de enxaqueca, entre outros, pois libera inclusive endorfina.
Como tudo na vida, ser doador tem o lado bom e ruim! Pense se conhece alguma pessoa que adoeceu por se dedicar demais ao outro, por se doar demais a uma causa ou a alguém. Quando a gente se doa muito, se não se conhecer bem, pode se desnutrir emocionalmente, pode acabar se abandonando. A dosagem certa é importante nesse caso, para não prejudicar a si, em detrimento do outro. Tudo na vida tem um ponto de equilíbrio, desde que a gente esteja presente e focado realmente no momento em que está vivendo.
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Por outro lado, precisamos ter cuidado para não nos tornarmos insensíveis e egoístas, ou sermos prejudicados por alguém assim. Os tomadores também têm vários níveis, que variam entre o egoísmo e até a psicopatia. Podem apenas gostar mais de receber, ou manipular os demais para alcançar seus objetivos, para ter prazer, sem se importar com outro.
E aqui vai um alerta importante! Normalmente, os tomadores pouco saudáveis são sedutores e altamente manipuladores, o que dificulta serem “descobertos” e, por vezes quando isso acontece, a pessoa envolvida já está muito mal emocionalmente falando.
Quando somos doadores temos mais chances de conviver com tomadores, então, fica o alerta! Acompanho diariamente vidas em desequilíbrio, pessoas doentes por não saberem lidar com esse tema que parece tão simples: dar e receber. Vamos fazer uma comparação com nossa circulação. O sangue precisa efetuar trocas, no vai e vem ele se renova e nutre todo nosso organismo. Assim deve ser nossa relação com o mundo, com as pessoas, com a vida!
O equilíbrio pode ser alcançado ao sermos compensadores, ou seja, ao conseguirmos manter o dar e o receber em harmonia. Alcançamos esse equilíbrio tendo alguns cuidados:
– Vivendo intensamente o presente. Mantendo o foco no que estamos fazendo e como estamos fazendo.
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– Mantendo uma autoestima adequada para que as nossas carências não intensifiquem e atrapalhem a vida. Não esquecendo de manter diariamente uma ação de carinho para si, intensificando o próprio valor e importância.
– Praticando o autoconhecimento para reconhecer limites claros entre as minhas necessidades e a do outro. Compreender limites entre a minha vida e o quanto posso, ou o quanto devo ajudar o outro para não o prejudicar e “não o deixar crescer”.
E você? Está sendo um compensador em sua vida?
Grande abraço!
Isabel