Denise Alves Fernandes, de 54 anos, passava alguns dias na casa da colega, quando presenciou briga e tentou intervir. Segundo delegado, investigado, condenado em 2007 por matar outra mulher, não demonstra arrependimento e entende que elas foram as responsáveis pelas agressões.
A família da dona de casa Denise Alves Fernandes, de 54 anos, que morreu após ser espancada, conta que a mãe levou chutes e socos ao tentar defender uma amiga que estava sendo agredida pelo marido, em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital. Ela morreu dias depois devido aos ferimentos.
O suspeito, de 45 anos, está preso. O nome do investigado não foi divulgado pela Polícia Civil e, por esse motivo, o G1 não conseguiu identificar a defesa dele até a última atualização desta reportagem.
As informações iniciais da Polícia Civil eram de que a vítima era diarista do casal e havia sido agredida pelo patrão ao tentar defender a patroa.
No entanto, em entrevista à TV Anhanguera, a filha de Denise, que não quis ser identificada, disse que a mãe estava apenas passando alguns dias na casa da colega e ajudando com as tarefas domésticas, quando presenciou as agressões e tentou intervir.
“Ela estava ajudando a colega dela na limpeza da casa. O que eu fiquei sabendo foi que ele [agressor] chegou bêbado, drogado e começou a bater na esposa, minha mãe entrou no meio para separar, e ele acabou a agredindo também”, conta a filha.
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O crime aconteceu no dia 7 de janeiro. Denise chegou a ficar uma semana internada, mas acabou morrendo devido a um traumatismo cranioencefálico. Segundo a filha dela, a mãe era uma pessoa muito simples, que sempre tentava ajudar as pessoas e que não suportava injustiça.
“Minha mãe era uma pessoa muito frágil. Ela foi espancada sem fazer nada”, comenta.
O suspeito, preso na última quarta-feira (27), três semanas após o crime, estava escondido em uma empresa de reciclagem no Setor Papillon Park. Segundo o delegado Carlos Levvergger, o homem, que tem um histórico extenso de agressão, não demonstra qualquer arrependimento.
“Durante as entrevistas, ele não mostrou arrependimento. Ele entende que as vítimas foram responsáveis por essas agressões”, comenta.
Segundo Levergger, o suspeito vai responder por homicídio qualificado, pois cometeu o crime por motivo fútil e por meio que dificultou a defesa da vítima.
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Histórico de violência
De acordo com a Polícia Civil, o suspeito de espancar a dona de casa foi condenado em 2007 por matar uma mulher a tiros. Em 2014, ele foi denunciado por ameaçar uma cunhada com uma faca. Em 2018, foi preso em flagrante por agredir a irmã dele e, no ano passado, agrediu a mãe, que é idosa, segundo a polícia. Tanto a mãe quanto a irmã já possuíam medidas protetivas contra ele.
“O comportamento pregresso de violência contra a cunhada, contra a irmã, contra a própria mãe, indica que ele tem um desprezo. Ele vê a mulher como algo vulnerável, que ele pode agredir, tanto que ele se mostrou indiferente”, afirma Levergger.
Indignada com a agressão sofrida pela mãe, a filha de Denise cobra justiça. “Desejo que esse homem não saia da cadeia tão cedo, porque ele era criminoso, já matou uma mulher”, diz.