O segredo não está em colocar a dor embaixo do tapete, o segredo está em se permitir viver o luto. Sim, a gente tem que se permitir sofrer.
Término de relacionamento. Que atire a primeira pedra quem nunca passou por essa experiência tão dolorosa. A gente tenta fugir da dor, mas não consegue. Onde a gente vai, a dor vai atrás. Talvez o segredo não esteja em “tentar” fugir da dor, e sim, em como encará-la.
Há três semanas, terminei meu relacionamento. Confesso a vocês que foi uma decisão difícil, porém necessária. Nosso relacionamento não estava mais funcionando, então terminar foi a melhor saída.
Nos primeiros dias, foi difícil digerir que aquilo estava acontecendo comigo. Sei que escolhi passar por isso, mas aceitar a situação requer tempo e paciência. Eu me questionei sobre várias coisas, desabafei com pessoas de confiança, tentei encontrar culpado e inocente, lembrei-me de momentos vividos ao lado da pessoa, chorei, chorei e chorei, até que, finalmente, a deixei partir. Do choro ao adeus, eu me permiti passar por todas as fases que um rompimento nos exige passar.
O segredo não está em colocar a dor embaixo do tapete, o segredo está em se permitir viver o luto. Sim, a gente tem que se permitir sofrer. Usei minha experiência, mas pode ser em qualquer situação.
A gente não poder ter medo da dor, porque é nos momentos difíceis que a gente percebe quão forte pode ser.
Quantas pessoas ficam presas a determinadas situações porque têm medo de “bater de frente” com a dor. Tenho uma amiga que está namorando um rapaz há mais de dois anos, e o relacionamento está de mal a pior. Ambos estão empurrando com a barriga, porque não conseguem encerrar o ciclo. Para eles, é mais fácil viver um relacionamento fracassado do que aceitar que isso já não está mais funcionando.
Gostar é uma motivação para fazer um relacionamento funcionar, no entanto, existem outros pontos fundamentais para que haja um relacionamento feliz e saudável. No caso dessa minha amiga, os projetos a dois não estão batendo, ela quer uma coisa e ele quer outra. Para que continuar? Foi essa pergunta que fiz a ela. Nem ela soube me responder.
Meu rompimento e a situação da minha amiga nos ensinam que devemos aprender a encerrar ciclos. Não adianta tentar dar continuidade a algo que já acabou.
Permitir-se sofrer é uma das atitudes mais maduras que alguém pode ter. Não é fraqueza olhar para o espelho e assumir que não está bem.
Chore, desabafe com alguém, ore, leia, recolha-se, mas não fuja das dores. Desprenda-se daquilo que não lhe faz bem para que novas coisas cheguem.
Direitos autorais da imagem de capa: Kira Schwarz /Pexels.