Você já ouviu falar em pessoas sensitivas? Elas estão sempre atentas às expressões corporais e podem detectar falsidade a quilômetros de distância.
Antes da década de 1990, falar sobre pessoas sensitivas era raro, pois não havia muitos estudos sobre o assunto. Mas, em 1991, tudo mudou! A psicóloga Eliane Aron começou uma pesquisa sobre as características da alta sensibilidade, que perdura até hoje.
Essa característica recebeu o nome de sensibilidade de processamento sensorial (SPS). A dra. Aron descobriu que de 15% a 20% da população carrega essa característica, respondendo mais aos estímulos externos do que pessoas não SPs.
A psicóloga tem vários livros publicados sobre o assunto, entre eles: “O pai altamente sensível”, “A pessoa altamente sensível no amor”, “O livro de exercícios da pessoa altamente sensível” e “A pessoa altamente sensível”, com quase 1 milhão de cópias em todo o mundo, em 17 idiomas.
Dra. Aron tem mestrado em psicologia clínica pela York University, em Toronto (Canadá), e obteve seu Ph.D. em psicologia clínica profunda, pelo Pacifica Graduate Institute. Ela e o marido, Dr. Arthur Aron, são os pioneiros no estudo da sensibilidade e do amor, usando ressonância magnética funcional.
As pessoas com SPS, geralmente, conseguem perceber facilmente pessoas que não são genuínas, e processam as informações sensoriais de maneira diferente, já que partes do cérebro regulam as emoções de forma mais responsivas, tornando-as mais sensíveis ao meio externo. Por causa disso, precisam se sentir seguras em seus relacionamentos, que precisam ser totalmente honestos e profundos.
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As principais características da pessoa com sensibilidade de processamento sensorial são: fazer questão de evitar qualquer tipo de filme e programa violento; ser facilmente dominada por sirenes, cheiros fortes e luzes brilhantes; ficar extremamente abalada quando há muito a fazer em pouco tempo; priorizar a organização para evitar problemas ou situações desconfortáveis; e quando criança, foi apontada pelos pais ou professores como sensível ou tímida.
Quando sentem que estão perto de gente falsa, essas pessoas ficam limitadas, pois não sabem lidar com falsidade e tendem a manter-se em silêncio ou tropeçar nas próprias palavras por não saber como agir. Além disso, é provável que a pessoa com SPS fique em estado de alarme, com sintomas físicos e mentais, como batimentos cardíacos acelerados, exaustão, mãos suadas e sentimento de pavor. A falsidade alheia os frustra, mesmo assim conseguem sentir compaixão da pessoa que se esconde, pois sabem que isso está intimamente ligado à falta de confiança.
Para essas pessoas, que são superempáticas, nada pior do que ver alguém se escondendo atrás de um personagem. Entendendo muito bem a linguagem corporal, detectam amizades não verdadeiras com facilidade e as evitam logo, porque precisam de respostas verdadeiras e autênticas. Mas quando necessitam se relacionar com alguém assim, costumam não compartilhar nada com ele, parecendo sem graça e chatas. Isso ainda pode causar um bloqueio mental para que os sensitivos se expressem abertamente, pois se sentem exaustos e desgastados.
Pessoas com alta sensibilidade sabem muito bem que existe diferença entre elogios genuínos e aqueles ditos quando alguém sente inveja. Aliás, também conseguem entender quando os elogios são críticas disfarçadas. Para elas, se o elogio não é verdadeiro, não precisa elogiar, pois certamente soará como ofensa, e não como agrado.
O SPS tem traço normal, apesar de incompreendido, às vezes. Segundo o The Highly Sensitive Person, site da Dra. Aron, o traço reflete certo tipo de estratégia de sobrevivência, pois observa muito bem antes de agir. Além disso, pode ficar facilmente sobrecarregado, pois sente tudo mais intensa e complexamente.