Não consigo compreender por que a palavra “velho” começa a ser conotada com decrepitude, levando à criação de várias substituições: Terceira Idade, Idosos, etc., etc.
Não acho correto os filhos dizerem “os meus velhos” ou chamarem-nos velhos diretamente. Também discordo das novas formas de apresentarem esta abençoada classe, cujo privilégio de viver muitos anos não é concedido a todos.
Aqueles que atingem a idade “madura”, viram seu valor ofuscado, talvez devido às facilidades que as redes globais fornecem: com um clique obtém-se a informação que desejamos.
Mas será que toda essa informação teórica está correta? Foi vivenciada? Foi posta em prática? E serve para todos? Convém não esquecer que não somos todos iguais.
Assim, vemos pessoas velhas tentando rejuvenescer exteriormente, para aparentar menos idade, muitas das vezes sujeitando-se a alguns riscos para a sua integridade física, utilizando produtos tóxicos e, até, cancerígenos.
Estas pessoas não se amam. O amor que devemos dispensar ao nosso veículo físico deve impulsionar-nos à evolução, ao desapego pela vaidade e aceitarmo-nos como somos, uma vez que nós próprios sabemos que não somos aquela máscara que vemos no espelho, mas um ser lindo, luminoso, irradiante de sabedoria, que não se deixa convencer de que deve encobrir as rugas e os cabelos brancos, pois este conjunto é harmonioso, o natural que acompanhou os esforços da mente para adquirir sabedoria.
Nossos ancestrais respeitavam e valorizavam os velhos, consultando-os quando desejavam saber algo que desconheciam. Agora, consultam máquinas falantes, robôs. E esquecem que seu aparente conhecimento lhes fora introduzido por humanos.
Quando se fala nos jovens, diz-se a juventude. Para quando a criação do termo “velhitude”?
Para quando aceitarmos que existe mais beleza física nas rugas ao natural, do que na quantidade de produtos criados pela grande indústria de cosmética para iludir quem cruza nosso caminho e a nós próprios?
Rejuvenescer, sim, para a nova realidade, que nos esclarece que devemos ser simples, naturais, honestos com todos, principalmente conosco, vivendo a realidade do amor incondicional.
E o amor incondicional não nos propõe a condição de termos sempre aspecto jovem: propõe que cuidemos do nosso veículo físico, com mente saudável. E a mente saudável não sujeita o corpo a riscos, encara a realidade.
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