Era uma vez uma história, como tantas outras, mas com uma diferença, uma história sem final, escrita a cada dia, a cada momento e podendo ser mudada em qualquer tempo.
Essa história, cheia de personagens, não aceitava derrotas ou fracassos como imutáveis. No enredo, os dramas eram encarados com leveza e alegria e a personagem principal era e é sempre uma criança, mostrando sua inocência, guiando-se por sua pureza, gritando por sua liberdade, mas quase ninguém a ouvia. Todos estavam cheios de pressa, encarando a vida com muita seriedade, preocupados em serem respeitáveis, como se a espontaneidade não fosse merecedora de crédito.
No mundo dos adultos, não é de bom tom escutar e seguir conselhos de uma criança, mesmo que seja a que vive escondida no interior de cada pessoa. A gente cresce e o que antes era puro e permitido torna-se quase proibido por conta da vergonha e do que podem pensar, o julgamento alheio pesa mais na balança que a alegria pura de uma criança.
Às vezes, a criança está ferida; às vezes, pede ajuda para se libertar de uma situação que a oprime; às vezes, observa a tristeza escondida na aparência fingida de felicidade; ela alerta, ela pede para que a gente não se boicote, não se culpe, não sofra, porque a nossa natureza divina precisa apenas de uma coisa: respeito com o Ser, cuidado com a aparência enganosa do Ter.
Era uma vez uma história de vida que parecia de contos de fadas, linda, colorida, com todos os sonhos sendo realizados um a um, com tropeços, recomeços, desafios, mas onde a personagem jamais se deixava levar pelo pensamento/sentimento negativo.
Ela acreditava e esperava sempre o melhor e, assim, todas as soluções para os problemas surgiam em seu destino, tudo apesar da aparência de limitação, caminhava para a abundância e a riqueza, a sua fé ativa era sempre recompensada.
Um dia, uma inimiga invejosa, que se fazia passar por amiga, disse-lhe: – Eu não entendo como você tem tanta sorte na vida, não acho isso justo, porque muitas pessoas se esforçam bem mais que você, trabalham mais do que você e não conseguem nada.
A heroína suspirou, já estava acostumada com o inconformismo dos outros, porque a felicidade desperta a indignação de quem não tem o merecimento de viver seu dia a dia como um comercial de margarina.
O que as pessoas não entendem é que o universo é abundante e generoso e que há fartura de tudo no mundo, para todas as pessoas dispostas a receber, mas existe uma condição: além de acreditar, de ter uma fé perfeita no que virá, é não agir ou compactuar com a maldade, não querer puxar o tapete do outro porque além de não ter necessidade, vai fazer você acumular pontos na escala do ressentimento.
Não adianta você ir em qualquer templo ou igreja, rezar para Deus ou qualquer santo, anjos, consultar horóscopos ou oráculos, fazer simpatia, se a apatia fizer parte de seu cotidiano, se a grosseria permear seu comportamento, se deixar a mágoa fixar moradia em seu peito, se não for ético ou souber respeitar o próximo e o próximo é qualquer um, digno e a espera de você, de seu tempo e desprendimento.
Era uma vez uma princesa, que em meio a toda a aspereza das relações humanas, escutava o que sua criança interior lhe dizia e além de escutar, estava sempre com ela a brincar, relaxando em meio ao tumulto urbano, levando alegria e risos ao cotidiano seu e de muitos e também uma certa solidariedade, sempre que possível, porque ser solidário é dar uma ajuda a você mesmo; quando estamos ocupados em prol do outro, não temos tempo de pensar em nossos próprios dilemas ou esquemas de sobrevivência e assim nos desapegamos. Abandonados ao destino, os problemas resolvem solucionar-se sozinhos, tomando o melhor rumo que a vida tem a nos oferecer naquele momento.
Era uma vez uma história que ainda vive na memória e ainda é escrita em fase inicial (só existe o momento atual), é a história de cada um de nós.
Podemos fazer um rabisco, um traço, desenhar uma obra-prima ou assinar com um X, podemos ser os heróis de nossa própria existência, construindo e reconhecendo que vida é arte em manifestação, é uma sublime vibração de luz, é energia que se traduz com brilho no olhar e amor para acompanhar gestos e palavras.
Usufrua cada momento, agregue qualidade de vida e calma a cada instante. Desejo que você inúmeras vezes escute sua criança interior, porque o seu único desejo é a livre expressão do ser, é viver com paz na alma, é poder dar seus risos, viver suas brincadeiras e tecer seus sonhos, com suavidade e espontaneidade.
Não acredite nas palavras hostis e descrentes de quem não crê em infinitas possibilidades, espere sua cota de milagres (diários e frequentes), você merece. Saiba que pode sempre ter paz e felicidade e momentos que valham uma história que possa ser contada, admirada ou sussurrada no silêncio de cada noite.
O final quem vai fazer é você, desejo que imite o: ”E foram felizes para sempre”. Você pode ser, eu posso ser, tudo pode ser, basta apenas querer.
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