Onde estão as regras que dizem que depois de adultos não podemos roubar beijos?
Coisa boa era o tempo da adolescência, onde podíamos ser inconsequentes, viver de aventuras, só pensar naquele gato lindo do colégio e nada de pensar em contas, filhos, trabalho, faculdade, relacionamento sério…
Ah! Só de mencionar cada uma dessas palavras me dá cansaço.
Tempo bom era quando a gente queria um beijo e ousadamente o roubava atrás da cantina da escola ou quando você era perseguido pela pessoa que te interessava até ela te cercar na saída da aula e te deixar rubra de vergonha depois daquele beijo roubado…
Daí eu cresci. É, você também cresceu. Como tudo que eu não gostaria diariamente de lembrar, mas é impossível, vieram junto com os anos uma lista imensa de afazeres e responsabilidades que antes nem sonhávamos em ter. Perdemos a ousadia. A rotina do dia a dia foi nos tirando o brilho, a energia da audácia, a vontade de correr riscos, de beijar sem o outro esperar.
Beijo roubado, bem dado, é muito mais gostoso que o beijo esperado.
Então hoje, na família dos “enta” eu ainda tenho vontade de roubar beijos, roubar corações, tirar fôlego. A gente envelhece e mesmo que a carga de responsabilidade aumente sobre nossas costas, não podemos jamais perder a vontade de ser ousado.
Por que não fazer algo que eu mesma, após tantos anos, não esperaria que pudesse fazer? Por que não esquecer que tenho sanidade e agir feito uma maluca, te pegar distraído e te beijar molhado? Por que não posso fazer isso? Onde estão as regras que me dizem que depois de adulta não posso roubar beijos? Ainda roubamos suspiros ocultos… por que não beijos?
Já parou pra pensar no sabor que essa aventura tem? No sabor diferente que um beijo furtado nos traria?
Bom, não é pra sair feito malucos atrás de um trio elétrico em Salvador em dia de carnaval roubando milhares de beijos sem culpa, sem medo, como se o mundo acabasse na quarta-feira de cinzas. Nada disso!
Roube beijos. Mas roube bem.
Se vai cometer esse crime gostoso, que cometa com quem merece esse ato, não com qualquer pessoa que no dia seguinte não vai nem lembrar do seu feito histórico!