Uma história de muita luta e força de vontade. Confira!
Caíque Palma de Souza, um jovem de 23 anos, de Paulínia (SP), é protagonista de uma vida de muitos desafios, mas também de muita dedicação e superação.
O jovem nasceu com mielomeningocele, uma doença congênita, em que a medula espinhal não se desenvolve adequadamente. Por conta disso, ele tem uma malformação na coluna, que o impede de se locomover por conta própria.
No entanto, mesmo com todas as dificuldades impostas por sua condição, o jovem se mostra, desde muito novo, disposto a ter uma vida de conquistas. Segundo matéria do G1, aos 12 anos, ele começou a praticar atletismo, com arremesso de dardos, mas se interessou também pelas corridas, por isso passou a investir nessa modalidade, na qual foi bem-sucedido.
Caíque participou de eventos regionais, nacionais e até mesmo internacionais. Sua maior experiência é como nas provas de 100 metros, da categoria reservada aos atletas em cadeiras de roda.
No entanto, apesar de ainda estar na lista dos melhores resultados do país na distância, segundo o Comitê Paralímpico Brasileiro, o jovem acabou encerrando sua carreira para se dedicar aos estudos e também por “falta de incentivo”. Apesar disso, ainda sonha em ser treinador e incentivar outros jovens a participarem de esportes paralímpicos.
Os objetivos relacionados ao esporte precisaram ser deixados de lado quando a crise chegou, e hoje a realidade do jovem é bastante diferente.
Desde que a mãe, de 57 anos, perdeu o emprego de empregada doméstica, por conta da pandemia, Caíque, que cursa Educação Física, viu-se numa situação muito complicada e precisou encontrar uma maneira de trabalhar.
Após muitas tentativas frustradas de conseguir emprego, ele teve a ideia de trabalhar com entregas por meio de aplicativos, função que tem exercido há cerca de um mês. De lá para cá, o jovem vem trabalhando em sua cadeira de rodas todos os dias, percorrendo as ruas de sua cidade.
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A rotina tem sido bastante puxada e ele relata que, mesmo com o condicionamento de atleta, ainda tem se esforçado bastante em sua nova ocupação. No entanto, usar a própria cadeira de rodas como meio de transporte não era seu objetivo inicial, mas ele é a única forma de fazer esse trabalho, porque o aplicativo de entregas não tem opção para cadeirantes.
Caíque disse que enfrenta muitos obstáculos, semelhantes aos que os cadeirantes encaram diariamente, por conta da falta de acessibilidade, mas acrescentou que também tem “muita garra, muita força de vontade e foco”.
Sua jornada foi observada por um grupo de motoboys de Paulínia, que decidiu ajudá-lo, criando uma vaquinha on-line para arrecadar dinheiro para comprar um kit motorizado para a cadeira de rodas de Caíque, que lhe dará mais segurança e autonomia nas entregas.
O aplicativo de entregas iFood informou em nota que “desenvolve recursos em seu aplicativo para pessoas com algum tipo de deficiência” e acrescentou que também há o recurso das mensagens, que permite ao entregador conversar com o cliente. Ainda reforçou a demanda para entregadores com mobilidade reduzida e afirmou que “vem trabalhando em soluções inclusivas para os parceiros”.
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Desejamos um futuro de muitas vitórias e felicidade a Caíque.
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