Infelizmente, a maioria das pessoas não possui alguém disposto a ouvir. A maioria das pessoas está cercada por problemas. O cotidiano comum já é bastante turbulento e realmente pode ser complicado ouvir o mesmo relato todos os dias, mais de uma vez por dia quando se quer descansar depois de um dia pesado de trabalho. Quem encontra alguém ou mais de uma pessoa capaz de dar atenção e carinho quando se está em crise, terá muito mais facilidade para superar seus dramas ou pelo menos aprender a conviver com eles de forma mais plácida.
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Não tocar num assunto não o torna inexistente. Não o faz desaparecer. Não falar sobre aquilo que nos fere é o mesmo que jogar a poeira para debaixo do tapete. Uma hora ou outra, alguém escorrega no tapete, o desloca de seu legar e toda a sujeira vem à tona.
Sim, é desgastante falar e ouvir algo desagradável. Conviver com quem está tremendamente infeliz é tarefa árdua. Por outro lado, a única forma de fazer alguém resinificar seus dramas é deixá-lo falar, falar e falar mais um pouco até juntar pontas soltas, até criar novas significações, dar sentidos novos à dores antigas. Até esgotar todas as possibilidades do tema que o incomoda, que o machuca, que rouba o sono das noites e a alegria dos dias.
Infelizmente, a maioria das pessoas não possui alguém disposto a ouvir. A maioria das pessoas está cercada por problemas. O cotidiano comum já é bastante turbulento e realmente pode ser complicado ouvir o mesmo relato todos os dias , mais de uma vez por dia quando se quer descansar depois de um dia pesado de trabalho. Quem encontra alguém ou mais de uma pessoa capaz de dar atenção e carinho quando se está em crise , terá muito mais facilidade para superar seus dramas ou pelo menos aprender a conviver com eles de forma mais plácida.
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Algumas feridas custam a fechar e deixam grandes marcas. Não podemos esquecer tudo. Mas podemos aprender a conviver com certas cicatrizes. Podemos aprender a olhá-las sem rancor, sem lágrimas nos olhos e na alma.
Se não é possível desabafar com alguém, não devemos nos negar o direito de desabafarmos para nós mesmos. Aprendemos que devemos repelir pensamentos negativos e tal afirmativa tem o seu valor até certo ponto.
Diante de uma grande perda emocional não é possível fingir que está tudo bem e tocar a vida normalmente. Quando perdemos um ente querido ou encerramos de forma abrupta um relacionamento amoroso ou passamos por um grande susto como um assalto ou um acidente, quando nos desapontamos terrivelmente com um amigo, enfim, quando passamos por uma experiência altamente traumática, é natural nos sentirmos quebrados. É natural sentirmos necessidade de falar e pensar sobre o assunto.
Pensar sobre algo que nos fere nem sempre é uma atitude puramente mórbida. Pensar sobre o assunto é uma tentativa de encontrar algum sentido positivo para uma experiência negativa. Evidentemente, se a dor persistir por tempo indeterminado, ajuda profissional deve ser procurada. Mas não devemos nos assustar porque sofremos. Sofremos porque somos humanos. O assustador seria não sofrermos por nada nem por ninguém.