Ministros solicitaram a reserva de 7 mil doses da vacina de Oxford/AstraZeneca, mas a Fiocruz disse que encaminhará todo o estoque para o Ministério da Saúde.
No dia 30 de novembro, o Superior Tribunal de Justiça (STF) encaminhou um ofício à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) pedindo a reserva de sete mil doses da vacina de Oxford/AstraZeneca para imunizar ministros e servidores da Corte e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Segundo reportado pelo O Globo, no ofício, o diretor-geral do STF, Edmundo Veras dos Santos Filho, justificou o pedido dizendo que os ministros desempenham “papel fundamental no país” e acrescentou que muitos deles fazem parte dos grupos de risco, que estão mais suscetíveis à doença:
“Tal ação tem dois objetivos principais. O primeiro é a imunização do maior número possível de trabalhadores de ambas as casas, que desempenham papel fundamental no país e têm entre suas autoridades e colaboradores uma parcela considerável de pessoas classificadas em grupos de risco”, diz um trecho do ofício.
Em outro trecho do ofício, Edmundo dá a entender que essa reserva seria uma “contribuição” com a população, pois ajudaria a “acelerar o processo de imunização da população” e destinaria “equipamentos públicos para outras pessoas”.
No entanto, apesar do ofício, a Fiocruz negou o pedido do Supremo Tribunal Federal (STF) e também do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que lhe havia feito apelo similar.
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A fundação informou que a produção é “integralmente” destinada ao Ministério da Saúde, e que não caberá a ela atender a demandas específicas por vacinas. A estratégia da Fiocruz será seguir a demanda do Programa Nacional de Imunização (PNI).
Nísia Trindade, presidente da Fiocruz, informou em audiência, no começo da semana, que 1 milhão de doses da vacina britânica serão entregues ao PNI entre 8 e 12 de fevereiro de 2021, e mais 1 milhão, na semana seguinte.
A partir da terceira semana do mês, o instituto terá como meta a produção de 700 mil doses diárias da vacina Covid-Fiocruz, como será chamada.
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, também participou da audiência e disse que estão trabalhando para que o país tenha vacinas de várias matrizes e para que as doses cheguem à população o quanto antes.
Segundo Pazuello, o Ministério está se preparando para iniciar o novo ano com vacina, no final de janeiro, e até o meio de fevereiro, na pior das hipóteses.
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