Leia ouvindo: Sufjan Stevens – Should Have Known Better
Foi ali na beira do mar que eu me abri e pedi que tudo de ruim fosse embora.
A gente sabe quando precisa pedir ajuda para passar por desafios que estão por vir. Joguei tudo de ruim que estava em mim ali, nas ondas, e pedi para o mar levar embora. Existem aqueles períodos da vida que tudo que a gente mais quer é se limpar, tirar a lama acumulada da caminhada feita até agora. Foi o meu dia de pedir, foi o meu pedido para o novo, foi a minha escolha.
Quando a gente decidi limpar a sujeira, precisa se preparar para tudo que está por vir. A queda de amigos falsos, o afastamento natural de pessoas que não batem mais com a nossa energia, o encontro com novas pessoas, as boas notícias que vão insistir em chegar e as decepções que devem ficar para trás.
Nunca é fácil, mas precisamos pensar que será um período. Depois que passa a gente agradece! Joga flores no mar, veste branco, enfeita a casa e muda móveis de lugar. Tudo muito bem orquestrado pela nova vida que chegou.
Aquilo que a gente achava que era bom, não é mais. Quem a gente achava que era amigo, não é mais. Tudo que a gente acreditava estar no lugar, não está mais. Vida que segue. Jogo das cadeiras para quem fica.
O segredo é acreditar na transformação, no amor que carregamos no coração, no fio de esperança que a gente agarra e principalmente nas mudanças que a vida insiste em fazer.
A vida está aí para quem tem coragem de tirar a lama acumulada e enfrentar as profundezas da verdadeira limpeza.
A busca pelo fôlego é eterna. Você terá inúmeras vezes a sensação que nadará e morrerá na praia, mas lembre-se sempre daquele fio de esperança e agarre nele. Mesmo sem esperanças. Esperança e fé se confundem o tempo todo, talvez por ser praticamente a mesma coisa.
Na beira do mar eu chorei, mas nunca me vi tão feliz. Na beira do mar eu sofri, mas também sorri. Na beira do mar eu pedi, e tenho certeza que me ouvi.
Esperança meu amor, esperança.
Juliana Manzato