Fórmula para matar o amor…
Deixei de ser cowboy, por ela…Parei de viajar, por ela
Larguei minha paixão, por ela…Deixei de ser feliz, por ela.
São segredos da paixão…Por eu não ser mais peão…Ela resolveu me abandonar…*
Você deve conhecer alguém que se modificou totalmente depois de iniciar um relacionamento. Mudar um pouco é inevitável, há ajustes a fazer. Porém, existem dois perfis tão comuns quanto complicados. Quem se torna outra pessoa ao ser pressionado, que deixa de fazer atividades que gostava, que lhe davam prazer e que, inclusive, ajudavam a moldar características de sua personalidade; e quem se transforma espontaneamente depois de conquistar e para de investir em si e no relacionamento.
Cortando a veia que irriga o coração
Quando você muda ou tenta mudar o outro drasticamente, ambos deixam de ser aquela pessoa pela qual se apaixonaram. É claro que ninguém é obrigado a ficar com quem faz algo que não goste. Mas então, se não gosta e não pode conviver com isso, o ideal é nem começar o relacionamento.
Será que é justo matar as paixões e atividades que alegram seu parceiro?
Fazer com que o outro deixe seus hobbies, pare de se arrumar, de se exercitar e outras barbaridades que vemos?
Uma frase interessante sobre isso, é esta: “Tenho medo de cortar todos os meus defeitos. Não sei qual deles é uma veia que irriga o coração”. Claro que é preciso evoluir. Mas certas coisas fazem parte de nossa essência e não podem ser cortadas. Podem ser melhoradas com carinho, não extirpadas, pois viram ressentimento. Ou a pessoa modificada irá se sufocar com tantas mudanças e terminar o relacionamento, ou a outra irá se “desapaixonar” por esta versão que ela ajudou a desconstruir.
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Quando a máscara cai ou a preguiça toma conta
Mudar depois de ter conquistado o outro, apesar de comum, requer cuidado e observação constantes. Não em relação a dificuldades temporárias, imprevistos, mas sobre as escolhas feitas. Aquela pessoa que se mostrava trabalhadora, estudiosa, e resolve não se dedicar mais a nada. Ou que parecia compartilhar gostos em comum, tratava o outro com atenção e carinho, de repente muda quando ele se apaixona. Acha que não precisa mais cultivar aquelas habilidades, algumas que, na verdade, não passavam de uma arte de conquista, nunca foram reais, de fato. Só esqueceu de que o outro se encantou não por essa, mas por aquela pessoa que ele aparentava ser. Até quando isso se sustenta?
Algumas características são essência. Cuidado com o se corta, cuidado com o que se cobra, cuidado com o que se finge, principalmente em relacionamentos novos, com vínculos ainda frágeis e a paixão tão a flor da pele. Uma hora tudo cai e o sofrimento será inevitável. Se mostre, deixe que o outro veja se gosta. Deixe que o outro se mostre. Afinal, se não for para ser você, vale a pena ter alguém para não ficar sozinho? Nas palavras de Chico Buarque solidão não é falta de companhia, é algo bem pior: “Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa alma”.
*(Letra extraída de Deixei de ser Cowboy por ela, de Chitãozinho e Xororó)