A mulher passou por um constrangimento ao procurar um médico para uma consulta.
Por muito tempo, a homossexualidade foi vista como um risco à reputação e à saúde das pessoas, além de ser considerada motivo de vergonha. Diversas gerações de pessoas homoafetivas precisaram suprimir a sua verdadeira realidade por medo das consequências da sua opção.
Atualmente, vivemos numa sociedade muito mais evoluída, consciente e respeitosa quanto aos direitos dessas pessoas e de outras que se diferem dos “padrões” por algum motivo.
Apesar disso, ainda é possível encontrar muito preconceito nos mais diversos lugares, explícitos ou velados, cujas consequências emocionais são muito sérias para as pessoas alvo de discriminação. Alba Aragón, uma espanhola de 19 anos, registrou uma reclamação contra um profissional em um hospital de Llano de Brujas, onde vive, por um motivo muito sério.
Conforme contado em matéria do portal La Opinión de Murcia, a jovem procurou um ginecologista no hospital Reina Sofia, no último dia 4 de outubro, por apresentar irregularidades em seu ciclo menstrual, mas ao invés de ajuda, ela recebeu um tratamento preconceituoso.
Segundo ela, o atendimento aconteceu normalmente, e o médico lhe prescreveu um tratamento. A surpresa aconteceu quando Aragón pegou o laudo do ginecologista e viu que estava escrito “homossexualidade” no campo da “doença atual”.
A mulher disse que contou ao médico sobre sua condição sexual, caso tivesse alguma influência em seu diagnóstico, mas não notou nada de estranho, pois o profissional não fez nenhum comentário. O médico ainda teria perguntado a Alba se ela se importava de ele colocar sua sexualidade no laudo, ao que ela respondeu que não, mas sem imaginar que seria tratada como uma doença.
A situação deixou a jovem indignada, e ela disse não acreditar que, em pleno século XXI, esse tipo de coisa ainda aconteça na saúde pública, pois faz muito tempo que a homossexualidade deixou de ser considerada uma doença.
Alba voltou ao hospital acompanhada da família para reclamar do tratamento recebido, e ouviu dos atendentes que essa não era a primeira vez que recebiam queixas do médico pelo mesmo motivo.
Também foram enviadas cartas ao Ministério da Saúde espanhol “exigindo retificação imediata e pedido de desculpas à paciente” pelo “tratamento humilhante de LGTBIfobia”. O órgão afirmou que tomará as medidas necessárias para o conhecimento detalhado dos fatos e a adoção de medidas oportunas.