O Rivotril é um medicamento da classe dos ansiolíticos, e também é um anticonvulsivante, indicado para o tratamento de transtornos de ansiedade, síndrome do pânico, transtornos do humor, como a depressão ou distúrbio bipolar, e também crises epiléticas.
Sua ação causa um leve efeito tranquilizante, sedativo e relaxante muscular, já que causa uma leve inibição do sistema nervoso. Esse remédio pertence, segundo o site Minha Vida, à classe dos benzodiazepínicos, do qual fazem parte também o diazepam, lorazepam, alprazolam, bromazepam, midazolam, clordiazepóxido, entre outros.
“Isso ocorre a partir da potencialização da ação do ácido gama-aminobutírico. Trata-se de um neurotransmissor inibitório, responsável por diminuir a excitação, a agitação, a tensão e o estado de alerta, trazendo relaxamento, sonolência e sensação de calma”, explica a psiquiatra Gisele Gus Manfro, professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em entrevista à Veja Saúde.
Composição: 5 – (o-clorofenil) – 1,3 – diidro – 7 – nitro – 2H – 1,4 – benzodiazepina – 2 – ona (clonazepam).
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Rivotril: Psicoterapia
Um dos maiores problemas da sociedade atual é a ansiedade. De acordo com dados fornecidos pelo Google Trends, a pesquisa por “ansiedade” aumentou significativamente, o que tem gerado um certo alerta para os profissionais da saúde.
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Segundo os dados da Organização Mundial da Saúde, somente em 2017 pelo menos 264 milhões de pessoas afirmam sofrer com esse distúrbio psiquiátrico, sendo deles 18 milhões de brasileiros, o equivalente a 9,3% da população, fazendo do Brasil ser o líder do ranking mundial.
O transtorno de ansiedade pode ser caracterizado pela preocupação exagerada e contínua. “O paciente não é capaz de relaxar”, explica a psicóloga Marina Vasconcellos para a Veja Saúde.
Não há uma razão específica para sua origem: a ansiedade pode aparecer por desequilíbrios químicos cerebrais, bem como pela falta de suporte familiar ou até mesmo traumas, que na maioria dos casos são gerados na infância.
Pelo fato de o transtorno de ansiedade generalizada ser o mais comum e frequente, é impossível afirmar que o transtorno tem cura, mas é possível o paciente aprender a lidar com as situações estressoras e desenvolver um maior controle.
Nisso, a terapia, aliada à medicação – em alguns casos – é o mais recomendado. Entre as abordagens psicológicas, a que mais tem se destacado em eficácia é a Terapia Cognitivo-Comportamental.
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A terapia farmacológica deve ser indicada para transtornos de ansiedade que tem duração de no mínimo um ano, mas devido ao seu fator de gerar dependência, deve ser analisada especificamente pelo médico, não devendo passar das três e quatro semanas.
“Geralmente, quando você começa o tratamento com outro tipo de medicação, ela leva um tempo para fazer efeito. É receitado o clonazepam nas primeiras semanas, para que o paciente consiga tolerar a ansiedade, enquanto ainda não sente efeito da outra droga”, explica a psiquiatra Gisele Gus Manfro.
Sua apresentação sublingual possui uma maior absorção e seu início de ação no organismo é mais rápido que nas outras modalidades. É esperado que seu pico no sangue ocorra entre alguns minutos e seu efeito durante algumas horas, o que pode variar de acordo com cada organismo.
Essa última opção geralmente é indicada para casos extremos de crise de pânico, já que é necessário um resultado imediato.
Tal como são outros medicamentos que têm a tarja preta, o Rivotril deve ser prescrito somente após uma avaliação médica, preferencialmente por um psiquiatra, pois há risco de dependência química, conforme explica o médico Ariel Lipman em entrevista ao site Saúde IG. Fora isso, o paciente deve ser acompanhado por clínico geral, que deverá estar atento a situações como ausência de reflexos, apneia do sono e coma, que são alguns efeitos quando ingerido em quantidade maior que a prescrita.
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![Guia de uso do Rivotril: Quando tomar e quando evitar](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2023/06/Guia-de-uso-do-Rivotril-Quando-tomar-e-quando-evitar-imagem-2.jpg.webp)
Indicações do Rivotril
Entre as indicações mais comuns estão:
- Crises epiléticas;
- Transtorno de ansiedade;
- Síndrome de West (crises epilépticas na infância);
- Síndrome do pânico, com ou sem medo de espaços abertos;
- Fobia social;
- Transtorno bipolar;
- Mania;
- Depressão maior;
- Síndrome das pernas inquietas;
- Síndrome da boca ardente.
De acordo com o médico psiquiatra Marco Antônio Abud Torquato Jr., o Rivotril é um medicamento bastante utilizado no Brasil. Esse medicamento também é utilizado no tratamento da insônia, mas em um período curto e limitado, a ser prescrito por médicos psiquiatras.
Sua maior indicação é feita para vários distúrbios de ansiedade, como síndrome do pânico, transtorno de ansiedade generalizada e ansiedade social. Também para acatisia, que é uma inquietação extrema, normalmente gerada por remédios psiquiátricos.
Não é possível comprar o clonazepam ou Rivotril sem a receita médica especial, que fica retida na farmácia. A razão para isso é que esse remédio tem um alto potencial aditivo, ou seja, o medicamento pode causar dependência.
Por ser um medicamento de efeito rápido, seja em comprimidos, sublinguais ou solução oral, a ação do Rivotril é esperada de 30 a 60 minutos após a ingestão, para que ele comece a atuar no organismo. Seu efeito pode durar até oito horas em adultos, e em 12 horas para crianças.
Contraindicações do Rivotril
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No tangente às contraindicações, o Rivotril não deve ser usado por pacientes que apresentem como sintomas:
- Hipersensibilidade a benzodiazepínicos;
- Doença de Alzheimer;
- Insuficiência respiratória grave;
- Doenças hepáticas graves;
- Histórico de dependência química;
- Glaucoma agudo de ângulo fechado.
Também não é indicado para idosos, mulheres grávidas e lactantes. O consumo do remédio não deve ser feito combinando ao uso de álcool.
“Tanto o álcool como a droga atuam como depressores do sistema nervoso central. Então, o efeito dos dois fica potencializado, diminuindo a excitação cerebral”, explica a psiquiatra Gisele Gus Manfro.
Caso ainda esteja trabalhando, atividades como dirigir, operar máquinas ou qualquer tipo de atividade que exija esforço e agilidade mental podem se tornar bastante perigosas para quem está sob tratamento com Rivotril.
Você também deve informar seu médico caso tenha algum problema de saúde nos rins, pulmões ou fígado, como cirrose hepática.
Caso tenha tido ideações suicidas ou sintomas de depressão; descoordenação dos movimentos por problemas do cerebelo e medula (ataxia cerebelar ou espinhal); e se faz uso regular de drogas ou já sofreu algum tipo de intoxicação aguda por álcool ou drogas.
Efeitos colaterais Rivotril
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Entre os efeitos adversos, o Rivotril tem a sonolência, dor de cabeça, cansaço, alteração da memória, depressão, vertigem, irritabilidade, insônia, dificuldade para coordenar movimento e até mesmo caminhar, perda de equilíbrio, náuseas e dificuldade de concentração.
Algumas dessas reações são temporárias e acontecem durante a fase de adaptação, mas sempre que você notar algum tipo de anomalia, converse com seu médico e relate sua situação.
Um ponto também bastante importante é que esse medicamento pode causar dependência física e psíquica. A depender do tempo de uso, da dosagem e das características individuais do paciente, a pessoa pode desenvolver algum tipo de dependência.
Ainda assim, é recomendado que o consumo do remédio não ultrapasse quatro semanas ou poucos meses, desde que seja seguido com a orientação específica do médico psiquiatra.
Além desses efeitos adversos, pode ser que algumas pessoas desenvolvam reações alérgicas graves. Caso tenha sintomas como dificuldade para respirar, sensação de garganta fechada, inchaço na boca, língua ou rosto busque ajuda médica imediatamente e informe seu médico sobre a situação. É provável que você precise interromper o tratamento.
Segundo o site Vittude, um dos principais indícios e sinais de alerta para a dependência química é quando a dosagem inicial já não faz o efeito esperado. Também não é recomendado a interrupção repentina, já que os sintomas de abstinência podem aparecer. Mesmo que alguns sintomas sejam amenos, outros são mais críticos, como:
- Ansiedade acentuada;
- Distúrbio comportamental;
- Psicoses;
- Alucinações;
- Desrealização;
- Despersonalização.
O clonazepam pode causar algumas alterações no apetite, como efeito colateral, podendo ou engordar, ou emagrecer. Como é um medicamento que provoca sonolência, algumas pessoas tendem a ter uma menor disposição para a prática de exercícios físicos, o que vem a reduzir – e muito – o gasto de calorias a serem ingeridas na alimentação, o que pode levar ao aumento de peso.
Para outras pessoas, o medicamento pode levar ao emagrecimento, devido ao seu efeito de diminuição no apetite. Vale lembrar que o clonazepam não é indicado para tratamentos dietéticos, ou seja, sua prescrição não está estritamente associada ao processo de emagrecimento ou o contrário, já que esses efeitos são esperados das reações adversas do medicamento.
Cuidados ao combinar medicamentos com o Rivotril
De acordo com o médico especialista em psiquiatria e diretor da SIG Residência Terapêutica, Dr. Ariel Lipman, esse medicamento pode perder sua eficácia com a administração concomitante com outros medicamentos, já que os efeitos esperados pelo Rivotril podem ser alterados.
Entre eles estão:
- Alprazolam;
- Amitriptilina;
- Fenobarbital;
- Clorpromazina;
- Diazepam;
- Valeriana.
Lembre-se de informar ao seu médico, quais medicamentos está tomando e se está fazendo algum outro tratamento, para que ele possa avaliar se há necessidade de trocar algum remédio ou fazer alguma suspensão temporária para a correta administração do Rivotril.
*Nota: As informações e sugestões contidas neste artigo têm caráter meramente informativo. Elas não substituem o aconselhamento e acompanhamentos de médicos, nutricionistas, psicólogos, profissionais de educação física e outros especialistas.