Darin permite que pessoas em situação de rua acampem em seu quintal sempre que precisarem. Sua atitude tem causado revolta nos vizinhos.
A crise sanitária tem feito com que as pessoas pobres fiquem ainda mais vulneráveis, perdendo empregos, não conseguindo pagar suas contas e até ficando sem um local para morar.
Mas algumas pessoas em situação de rua já vivem essa realidade à margem da sociedade há muitos anos, não conseguindo sair dessa posição por falta de oportunidades.
Em Utah, nos Estados Unidos, o jovem Darin Mann decidiu ser quem oferece essa oportunidade. O ativista local decidiu abrir o próprio quintal, de 1.300 m², para que pessoas em situação de rua acampem, disponibilizando um banheiro em sua casa.
Seu jardim funciona como área de camping improvisada, desde janeiro deste ano, que todos apelidaram de “Village Camp”, algo como “acampamento da vila”.
O bairro de Darin é conhecido por abrigar uma feira anual, um campus da Universidade Estadual de Utah e tem casas modestas, a maioria com quintais e amplos jardins.
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Além do espaço, o jovem permite aos convidados ajudarem em uma horta comunitária que ele administra em um parque público próximo.
Seu principal objetivo, segundo reportagem da CNN, é tirar o estigma da falta de moradia; ainda explica que todos merecem ser tratados com dignidade.
Muitas pessoas que vivem no quintal de Darin vieram de acampamentos em Salt Lake City, que foram fechados nos últimos meses.
Cerca de 15 pessoas em situação de rua ocupam seu quintal com barracas, e o jovem acredita que a única forma de resolver o problema da falta de moradia é abordar a questão como uma comunidade, sem medo de encarar a questão.
Nem todos os vizinhos estão entusiasmados com a proposta de Darin, autoridades chegaram a receber reclamações e denúncias, sendo a principal de violação do código de zoneamento (que envolve acampar por mais de dois dias em propriedade residencial, o que é ilegal na região), e deram a ele apenas um aviso de duas semanas para fechar o “Village Camp”.
Darin planeja manter sua vila, e está cada vez mais estreitando laços com seus vizinhos, sendo que alguns já contrataram acampados para trabalhar em suas casas, outros preparam comida e doam roupas para os acampados.
Além disso, a política para permanecer em seu quintal envolve tolerância zero para comportamento violento e drogas.
Muitas das pessoas em situação de rua afirmaram que se sentem bem-vindos e seguros, sem precisar se estressar com as inconstantes e desavisadas mudanças.
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Um homem chamado Michael explicou que ali conseguiu ficar longe de más companhias, o que o impulsionou a abandonar alguns vícios que tinha dificuldades para combater.
Brandy, uma acampada, agradece ao ativista, explicando que ele se arriscou para ajudar as pessoas.
Darin acredita que o governo deveria atuar mais para ajudar as pessoas sem teto e vulneráveis nas ruas, criando pequenas comunidades junto com programas de agricultura urbana.
O jovem espera que seu acampamento seja a “gênese de algo bonito” e torce para que as autoridades permitam que ele continue a ajudar essa população.