Cientistas descobriram uma verdade chocante sobre os términos.
Uma pesquisa realizada pela Universidade de Lancaster, renomada instituição de ensino inglesa, teve como principal objetivo entender os problemas mais recorrentes que afetam os relacionamentos amorosos entre homens e mulheres.
Uma preocupação inicial da pesquisa foi abranger o campo de compreensão desses problemas conjugais para além dos casais que costumam participar de sessões de terapia, sejam elas em conjunto ou individuais, para o público geral, isto é, para os casais que nunca tiveram contato com esse tipo de ajuda.
Segundo conta Charlotte Entwistle, condutora do estudo, o interesse era entender os problemas mais gerais experimentados pelo maior número de casais possível, e não só daqueles que possuem as condições econômicas para buscar o auxílio de profissionais, como é o caso da terapia.
Para cumprir essa tarefa, os pesquisadores disponibilizaram formulários online, a fim de alcançar diferentes perfis de casais.
Entre os principais resultados, os pesquisadores perceberam que a pesquisa servia para colocar à prova certos estereótipos de gênero, por exemplo, a percepção geral de que homens são menos sensíveis do que as mulheres.
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De acordo com a análise dos dados, a comunicação se apresentou como o principal problema entre os casais, afetando um a cada cinco deles. E, em segundo lugar, presente em um a cada oito dos casos, questões relacionadas à confiança nos relacionamentos.
Conforme demonstra um dos profissionais envolvidos no estudo, o Dr. Ryan Boyd, a pesquisa serviu também para ajudar a repensar os estereótipos de gênero. Ao ouvir de cada um dos parceiros suas principais inquietações, ficou demonstrado que, ao contrário do que se pensa, os homens estão tão sensíveis aos conflitos da relação quanto suas companheiras.
Assim, a pergunta que os resultados ajudam a levantar é: os homens são realmente menos sensíveis do que as mulheres ou apenas se sentem mais constrangidos em demonstrar seus sentimentos?
O que chamou a atenção entre os relatos não foram apenas os próprios problemas, mas as consequências deles. Entre as principais queixas aparece a expressão “dor no coração”, sugerindo a mágoa provocada pelos conflitos.
Diferentemente do que se esperava, os homens demonstraram mais disposição para discutir suas mágoas do que as mulheres. Isso demonstra que, quando convidados a falar, e mais do que isso, quando as pressões em cima dos papéis de gênero são enfrentadas, os parceiros se sentem confortáveis em discutir suas mágoas. Essa conclusão rebate, em grande medida, a noção de que os homens estariam menos envolvidos emocionalmente em seus relacionamentos do que suas parceiras.
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Esses resultados levam a coordenadora da pesquisa, Charlottle Entwistle, a concluir que os homens são tão emocionalmente afetados por problemas de relacionamento quanto as mulheres.
Todo o estudo ajuda a sugerir que, ao receber uma oportunidade de desabafar, os homens se mostram tão sensíveis quanto as mulheres. Eles se mostraram ainda mais receptivos a colaborar com a pesquisa do que as mulheres.
Segundo os pesquisadores, ter realizado a pesquisa de forma virtual, o que ajudou a conferir certo anonimato, foi fundamental para encorajar esses homens a discutir suas angústias. Pois, de outra forma, em razão de diferentes pressões sociais, talvez se sentissem constrangidos a debater suas questões com receio de parecer frágeis demais.
Se, tradicionalmente, as mulheres são tidas como as mais sensíveis, as mais dispostas a debater seus problemas conjugais e a buscar ajuda profissional, a pesquisa mostrou que, quando os estigmas e os preconceitos de gênero são postos de lado, os homens estão tão dispostos a enfrentar suas questões quanto elas.
Por se preocupar em ouvir um público mais abrangente e não apenas os casais que têm o hábito de fazer terapia, a pesquisa foi capaz de entender de forma precisa os problemas que afetam a todos, indistintamente, o que ajuda os mais diferentes tipos de casal a contornar seus problemas e buscar relações mais saudáveis.