A minha idade é apenas um número. Um número que só levo em conta nas questões burocráticas da minha vida.
Mas não permito que este número defina quem sou eu e nem os caminhos que pretendo seguir, pois eu tenho a idade que eu quiser.
Às vezes, eu me comporto como se fosse uma criança de 10 anos, rio sem motivo, canto músicas infantis, pulo amarelinha e brinco de bambolê. Rio das minhas próprias piadas e fico emburrada quando não consigo o que quero. Lambuzo-me ao tomar o sorvete e respingo iogurte na roupa quando escolho usar o dedo no lugar da colher.
Em alguns momentos, tenho a energia de um jovem de 18 anos que acabou de descobrir o lado bom da vida, buscando realizar os seus sonhos com a vitalidade que a juventude lhe permite. Inconsequente, mas determinado. Um jovem movido pela emoção e ignorando todas as razões existentes.
Em outros, sou uma senhora de 80 anos, deitada no sofá em um sábado à noite, com meias e pijama, assistindo TV e tomando sopa.
Porque em alguns dias eu só quero paz.
Nem sempre agimos de acordo com a nossa idade, aliás, não existe uma lista de coisas que se possa fazer e viver relacionada a cada idade (salvo algumas burocracias que resolveram chamar de leis).
Mas quando falamos de relacionamentos, amor, sonhos, enfim, tudo que envolve o viver e o ser feliz, tais listas não existem.
Eu acredito que a vida seja curta demais para permitirmos que um simples número limite nossos sonhos e desejos.
Uma senhora de 80 anos pode não estar deitada no sofá tomando sopa. Pode estar viajando pelo mundo e até sentada atrás de uma mesa de faculdade. Nós já vimos casos semelhantes, não é?
A criança de 10 anos pode ser mais madura que um adulto quando tem a coragem de nos dizer o que pensa sem rodeios e com toda a sinceridade nata do seu coração.
O jovem de 18 anos, por mil e um motivos, pode não ter toda a vitalidade que se imagina, tampouco sonhos. Tudo isto porque a idade não define ninguém.
A vida é mais que uma carteira de identidade que revela nossa data de nascimento, porque a gente renasce a cada dia. Cada dia traz consigo o seu peso e suas esperanças. E nós vamos crescendo por fora e por dentro, não pelos números que alguém decidiu nos atribuir a cada 12 meses que se passa em nossa vida, mas pelas histórias que vamos construindo no decorrer destes meses e pelas experiências que vamos acumulando.
Faz parte do nosso crescimento interior, ignorar os rótulos que a sociedade nos atribui. É nossa missão não permitir que a famosa frase “Mas você já não tem idade para isso…” nos atinja, impeça-nos de ser feliz e de realizar nossos sonhos. Não quando já nos tornamos adultos, pois já nos basta a época da infância, quando a nossa idade realmente nos limitava.
Enfim, se tivermos que deixar de fazer algo nesta vida, que seja pelo peso da balança entre razão e emoção e jamais pela nossa idade. Que seja por medo, por falta de apoio, por falta de oportunidade ou outra coisa qualquer, menos por causa da idade.
Que nossa idade seja apenas sinônimo de vida, bem vivida, bem ao nosso modo de ser. Que não regre nossa busca pela felicidade. Que não nos afaste do que acreditamos ser bom para nós.
Que sejam números e nada mais. Que seja para nós, apenas um motivo a mais de agradecimento a Deus pelos anos vividos neste mundo.
Então, qual a idade você quer ter hoje? Seja feliz!
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