Já que a vida é trem-bala e nossas bagagens por vezes pesam por que não virar a página e recomeçar?
Já que a vida é trem-bala, por que não abrir o coração e deixar que ele flua sem tanto peso no peito? Por que não fazer as pazes consigo mesmo e dizer àquela pessoa que você sente sua falta e que a saudade dói mais do que a distância que se cria por bobagem, por orgulho ferido, por achar que todos têm que pensar igual a você?
Existe uma linha tênue que separa por vezes os sentimentos, linhas que se rompem porque ninguém quis ceder.
Já que a vida é tão passageira e nós, tão transitórios, porque não alargar mais o sorriso, conhecer lugares, tocar, provar reconhecer-se muitas vezes naquele lugar que lhe trouxe tantas coisas boas e que um dia foi palco dos seus melhores momentos?
Tudo é tão rápido que mesmo a morosidade que impomos em nosso caminho, muitas vezes, nos envolve, a ponto de não nos deixarmos crescer internamente, não nos deixarmos viver o que vem pela frente, afastando de vez aquilo que hoje é só vago e sem sentido.
Já que a vida é esse mistério ao qual não temos muito acesso além daqui, onde existe algo mais profundo e etéreo, por que não fincar a alma em lugares mais acessíveis descobrindo as possibilidades que vêm para fortalecer, amenizar, anunciar uma nova era mais limpa, onde a roupa suja interna foi lavada e as paredes da alma estão prontas para uma nova cor?
Não é pecado nem crime lembrar-se de tudo que foi bom, não é pecado agarrar-se aquele último beijo, aquele último abraço antes da despedida, antes mesmo de se descobrir que Deus mudaria o destino de cada um transformando novamente a vida e fazendo com que cada um crescesse diante de seus ensinamentos.
Já que a vida é trem-bala e nossas bagagens, por vezes, pesam, por que não virar a página, porque não sair de cena e voltar quando achar que é possível voltar e recomeçar dentro de outros sonhos ou dentro dos mesmos que ainda voam por aí mostrando o sinal da esperança que nasce em cada amanhecer?
Quando um coração toca o outro, quando se aprofundam em felicidade e desejo de estar perto, é sinal de que ele já começou novamente a se sentir mais livre, sentindo-se amado de novo.
A vida é trem-bala e nós, muitas vezes, nos limitamos, nós nos fechamos, não nos expomos com medo da dor, do sofrer, do perder.
Mas não somos donos de nada. Cada um que chega e parte deixa sua marca, sua história. Assim como nós muitas vezes mudamos e partimos com desejo de encontrar algum lugar melhor para se viver internamente.
Mas não deixe tudo morrer como se não houvesse mais nada além de tristeza. A vida possui uma euforia que se mistura ao que precisamos e nos dá sempre um ponto de partida.
A partir de agora, confie, aceite-se e imponha-se com suavidade, com coragem de ser o que é e embarcar de onde quiser.
Permita-se desafiar e sentir que dentro da fé, dentro de cada tijolinho colocado em sua estrutura, Deus há de estar ali ajudando-o a vencer.
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