Joguei fora aquela régua que já não servia mais.
Sei lá, mas de um tempo pra cá cansei de ficar tentando me encaixar em medidas. Em medidas de beleza, de forma, de cor, de tamanho, de jeito. Hoje cheguei a conclusão de que não tenho vocação pra ser encaixe de nada. Hoje, não quero tentar me adequar, pra ser a peça do tamanho exato que a sociedade quer pro seu quebra-cabeça de hipocrisias.
Cansei de me esticar, diminuir, me pintar, disfarçar pra ser aquele ideal de pessoa. Ideal vem de ideia, coisa da cabeça. Eu sou muito mais que a ideia de uma civilização doente. Eu sou personalidade sadia. Não sou ideal, sou é natural. Cultivo a minha natureza, na divina forma que a vida criou. Entendi que tentar alterar o natural tamanho do meu ser é brigar com o universo, esconder minha beleza.
Beleza é pra ser vista, é pra regar os olhos de quem vê. Não posso mais esconder o que sou, sob a máscara do deveria. Não devo ser nada, nada tenho dívida com ninguém para dever. Tudo já está pago pela vida e a ela só dou aquilo que sou.
E sou assim, minha beleza é esta, meu jeito é meu, se não posso ser eu, o que posso ser nesta vida?
Por isso decidi que vou ser assim e vou ser feliz. Chega de me maltratar, trabalhar pra ser o que não é cansa demais. Minha alma quer paz, a paz de ser eu. Quero mais é fluir, me deixar manifestar. E quem não gostar vai ter que se entender com esse sentimento. Seus pensamentos de crítica são apenas ecos nas suas próprias cabeças. Suas palavras maldosas são ventos que não dirigem mais minhas velas. Agora, elas vão pelo soprar do meu coração.
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Não sou mais alto, nem mais baixo, bem mais feio, nem mais belo. Não sou o melhor, nem o pior, nem bom, nem mal. Joguei fora qualquer parâmetro pra que eu pudesse me comparar. Só restou eu. Sou minha própria régua, minha própria medida. Comparado a mim sou sempre do meu tamanho, sou sempre adequado, sempre perfeito em mim mesmo. Já não me julgo, não me humilho, não me frustro mais, porque agora estou em mim
Joguei fora aquela régua que não me servia mais.
Agora sou meu farol, minha referência, meu ponto a alcançar.
Sou a medida exata de mim mesmo.