A jornalista não concordou com o tratamento recebido e protestou nas redes sociais. Confira!
Não é de hoje que as roupas adotadas pelas mulheres para atender a determinados eventos são motivo de punição. Um caso recente, que aconteceu no Alabama (EUA), mostra que nenhuma mulher está imune a isso, e nas mais diversas situações.
De acordo com informações compartilhadas pelo portal de notícias NY Post, a repórter Ivana Hrynkiw Shatara foi banida pelos funcionários de um presídio quando cobria uma execução na noite do último dia 28. O motivo para isso, de acordo com os funcionários, é que a roupa que a profissional usava era “muito curta”.
A produtora de notícias afirmou que foi informada por um Departamento de Correções que sua roupa era “inadequada” e “reveladora demais”, por isso ela não teria permissão para se juntar a outros jornalistas e testemunhar a aplicação de injeção letal no assassino condenado Joe Nathan James.
Para não perder a viagem, e nem a matéria, Shatara teve que pedir emprestadas as calças de chuva que outro repórter usava e a prendeu com suspensórios sob a saia. Depois do fato, a empresa para a qual a jornalista trabalha apresentou uma “reclamação formal” sobre essa questão.
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Nas redes sociais, Shatara se manifestou sobre o caso, em claro desacordo. “Usei esta saia em execuções anteriores sem nenhum incidente. No trabalho, em eventos profissionais e muito mais, e acredito que seja mais do que apropriada”, escreveu Shatara na noite do acontecido.
Em uma entrevista ao The Post, a jornalista relatou que sua roupa era uma saia preta, que ficava apenas um pouco acima do joelho, acrescentando que pode ter parecido que suas pernas estavam muito à mostra porque elas são bastante longas. “Tentei puxar minha saia até os quadris para deixá-la mais comprida, mas me disseram que ainda não era apropriada”, explicou-se Shatara.
Depois de colocar a calça, ela ainda escutou dos funcionários que seus saltos abertos também eram inadequados, e teve de pegar um par de tênis no carro e finalmente pôde cobrir a execução.
“Esta foi uma situação desconfortável, e eu me senti envergonhada por ter meu corpo e minhas roupas questionadas na frente de uma sala cheia de pessoas que eu nunca conheci”, escreveu ela na internet. “Sentei-me, tentei controlar a minha vergonha e fiz o meu trabalho”, finalizou.
O Alabama Media Group agora está trabalhando numa reclamação formal para enviar ao Departamento de Correções do Alabama, reclamando da maneira como sua funcionária foi tratada quando tentava realizar seu trabalho.
“No futuro, se houver um código de vestimenta obrigatório, os membros da mídia precisam ser informados antes do dia das execuções”, disse ela. “Nunca houve, pelo menos na última década em que meus colegas de trabalho e eu estamos cobrindo execuções no Alabama, um código de vestimenta revelado a repórteres ou imposto”, acrescentou a profissional, indignada com a situação. “A política de visitantes publicada não menciona membros da mídia nem protocolos de execução. Também não menciona sapatos fechados e aborda apenas roupas femininas”, finalizou.
O Departamento Correcional do Alabama não respondeu às tentativas de contato sobre o caso nem explicou o posicionamento de seus funcionários no dia da execução, porém é sabido que os departamentos correcionais de outros estados implementaram códigos de vestimenta para visitantes, os quais proíbem roupas reveladoras para evitar reações de detentos e “para manter um ambiente positivo para todos os detentos e visitantes”.
James, de 49 anos, condenado à morte por assassinar a ex-namorada Faith Hall, de 26 anos, em 1994, foi executado com uma injeção letal.