A viúva de Pelé, Márcia Aoki, foi impedida de receber a herança do jogador por causa de uma lei do Código Civil Brasileiro.
Desde que Pelé faleceu, em 29 de dezembro, muito se comenta sobre a herança do jogador, que, segundo a Net Worth, uma plataforma internacional de avaliação de patrimônio, teria deixado 100 milhões de dólares (cerca de R$ 520 milhões) de patrimônio. Apesar da fortuna milionária, a viúva do atleta, Márcia Aoki, que ficou casada com Pelé desde 2016, não é herdeira por direito.
De acordo com o artigo 1.641 do Código Civil Brasileiro, uma pessoa com mais de 70 anos não pode escolher o regime de bens quando se casa, ou seja, o casal não tem direito de definir a divisão dos seus bens. Segundo a lei brasileira, nesta idade a separação dos bens é obrigatoriamente total. Por isso, como Pelé se uniu à empresária aos 75 anos, os patrimônios dos dois não se ‘misturaram’, e eles só teriam esse direito caso tivessem se casado antes dos 70 anos.
Segundo informações do Terra, a situação da viúva de Pelé foi confirmada pelo repórter Lúcio Sturm no “Domingo Espetacular”, na Record TV. Segundo a advogada Juliana Maggi Lima, especializada em ações de família e sucessões, Márcia Aoki só teria herdado a fortuna do marido se tivesse recebido uma destinação por testamento, pelo contrário, o patrimônio de Pelé continua sendo direito apenas dos seus herdeiros diretos.
Vale lembrar que os herdeiros diretos do jogador são os seus 6 filhos, Kelly, Edinho, Jennifer, Flávia, Joshua e Celeste, e os seus netos Octavio e Gabriel, filhos de Sandra Regina, a filha falecida que Pelé só reconheceu após um processo na Justiça. Assim, pode ser que a fortuna do Rei do Futebol seja dividida em 7 partes iguais, onde os netos contam apenas como 1 parte, pois representam a mãe falecida.
Apesar das especulações, é muito provável que Pelé tenha deixado um testamento sobre sua herança, beneficiando outras pessoas, até mesmo a viúva. Além disso, é possível que o atleta, ciente da morte iminente, tenha garantido uma vida confortável para aqueles que eram especiais para ele, como a irmã, Maria Lúcia, que cuida da mãe deles, dona Celeste, que atualmente está com 100 anos.
Por ora, o procedimento padrão é que, depois da morte de Pelé, a família providencie o inventário, levantando todos os bens do jogador. A partir desse levantamento, se realiza a partilha, muito comumente deixada para a família. Vale ressaltar que Pelé tinha duas mansões no Guarujá, no litoral paulista, em que uma delas tem quatro andares e está de frente para o mar. O local, inclusive, é a casa onde ele passou os seus últimos anos de vida, junto com a esposa, Márcia Aoki.
De acordo com informações do Exame, durante a carreira, Pelé acumulou muita riqueza. Antes de se aposentar, em 1975, ele assinou contrato com o clube Nova Iorquino Cosmos por um valor de US$ 7 milhões (R$ 200 milhões) por três anos, sendo considerado o atleta mais bem pago do mundo na época.
Anos depois, em 2010, Pelé assinou contrato com a agência Legends 10, que ganhou todos os contratos publicitários do jogador e passou a gerir a imagem dele. No mesmo ano, a empresa passou a não aceitar campanhas por menos de R$ 2 milhões, e o atleta chegou a acumular mais de R$ 18 milhões com publicidade.
Ainda segundo a Exame, em 2014, durante a Copa do Mundo, Pelé faturou R$ 25 milhões em campanhas com marcas grandes, como P&G, Coca-Cola, Emirates Airlines e Volkswagen. No mesmo ano, Pelé entrou na décima colocação da revista Forbes, que divulgou uma lista dos esportistas aposentados mais bem pagos do mundo, com um rendimento aproximado de US$ 15 milhões (R$ 767 milhões).