Bruna explica que seu filho de 6 anos está passando por episódios sérios de racismo na escola, e pede que os pais acompanhem de perto o caso.
O bullying é uma manifestação de violência muito comum em escolas, entre os alunos que querem hierarquizar as relações. Podem ser ofensas verbais ou mesmo agressões físicas gravíssimas, a grande verdade é que esse tipo de violência encontra na conivência de quem a assiste palco para ser perpetuada.
Mas, e quando o bullying abre espaço para outras violências, como o racismo? Esse é o apelo que Bruna Sales, de 24 anos, fez nas redes sociais. De São Paulo, ele publicou um vídeo dizendo que seu filho de 6 anos tem sofrido preconceito no transporte escolar. Os outros alunos, com frequência, puxam seus cabelos e dizem para ninguém se sentar ao lado dele, afirmando que “tem alguma doença”, só porque é negro.
Bruna faz um forte apelo aos pais que assistem ao vídeo, pedindo que eles ensinem os filhos a não serem racistas, já que eles só “fazem na rua o que aprendem em casa”. Chorando ao lado do filho em um vídeo extremamente sensível, ela pede que ele não chore, que não existe doença alguma e que ninguém mais vai puxar seu cabelo, elogiando sua beleza e enaltecendo-a.
No dia seguinte, sem pensar duas vezes, Bruna foi à escola do filho tirar a história a limpo. Logo depois de conversar com a criança, ela logo mandou mensagem pedindo para marcar horário, os funcionários disseram que no dia seguinte não havia como atendê-la, mesmo assim, ela fez questão de ir lá.
A mãe conta que foi bem recebida, os funcionários lhe pediram desculpas pelo ocorrido e disseram que iam conversar com os pais das crianças que estavam provocando a triste situação. Mesmo assim, revela que eles mesmos informaram a demora no processo, já que as crianças precisam aprender aos poucos, no dia a dia.
- Comportamento: Já lidou com o luto pela morte de um animalzinho? Saiba como confrontar a dor da perda
A dor de uma mãe ao sentir que não consegue proteger seus filhos dos preconceitos do mundo, ainda na infância, não pode ser mensurada. Nenhuma pessoa, em sã consciência, refletindo os impactos que uma educação racista faz na vida de outras crianças, manteria essa postura. É preciso reconhecer e compreender que nossos filhos aprendem mais pelos exemplos do que pelas palavras, por isso, por mais que muitos pais afirmem que nunca educaram as crianças dessa maneira, é preciso observar como é a postura de cada um na rotina.
![Mãe faz apelo por filho de 6 anos sofrer racismo dos colegas: “Crianças fazem o que aprendem em casa”](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2021/12/2-Mae-faz-apelo-apos-filho-de-6-anos-sofrer-racismo-dos-colegas-Criancas-fazem-o-que-aprendem-em-casa-400x370.jpg)
Assim como qualquer mãe, Bruna deseja que seu filho seja feliz e jamais vai tolerar nenhum tipo de violência contra quem mais ama. É essencial e urgente que todos os pais façam um sério trabalho de base com seus filhos, abordando não apenas as questões raciais, mas também sendo claros e explícitos sobre capacitismo, machismo e outras formas de preconceitos existentes na sociedade atual.
Em nota, a escola Nova Era se posicionou, afirmando que acredita na educação como principal ferramenta de transformação do mundo e que tem plena consciência de que todo processo educacional tem seu pontapé inicial no respeito. Explicando que a equipe escolar não compactua com nenhum tipo de preconceito ou atos discriminatórios, defende que há mais de três décadas a instituição realiza projetos pedagógicos “voltados às competências socioemocionais” focados no desenvolvimento emocional e coletivo.
Finalizando a manifestação, os membros da escola ainda explicaram que têm como prioridade a criação de um ambiente onde todos se sintam seguros e acolhidos, e que estão tratando esse caso seguindo todos os protocolos estabelecidos, prezando pelo bem-estar e a privacidade dos envolvidos.
- Pessoas inspiradoras: Ex-professora faz doação de R$ 5 bilhões para pagar faculdade de alunos nos EUA
Violência contra menores:
Se você presenciar um episódio de violência contra crianças ou adolescentes, denuncie o quanto antes pelo número 100, que está disponível todos os dias, em qualquer horário, seja através de ligação ou dos aplicativos WhatsApp e Telegram.
O mesmo número também atende a denúncias sobre pessoas idosas, com deficiência, em restrição de liberdade, população LGBT e em situação de rua, além de discriminação étnica ou racial e violência contra ciganos, quilombolas, indígenas e outras comunidades tradicionais.