A estrela da primeira versão de “Pantanal” passou por momentos difíceis ao longo da carreira profissional, chegando a ficar apenas com o Fusca que herdou do pai.
A arte é uma profissão que pode ser vista como extensão da própria sociedade, e serve principalmente como um registro da época em que aconteceu. Seja no cinema, na televisão, em pinturas ou na música, as formas de representação e crítica ao universo que vivemos são quase infinitas e ininterruptas.
Embora a cultura seja considerada por um amplo segmento da população como área de importante impacto social, nem sempre os profissionais que trabalham nela são bem remunerados ou valorizados. São muitos os atores e atrizes, por exemplo, que perdem espaço no meio artístico, por conta da idade, da aparência ou por simplesmente não representar da forma esperada o papel que lhes cabe.
O ator Marcos Winter, hoje com 56 anos, passou por momentos complexos na carreira quando se percebeu sem nenhum contrato importante por cinco anos. Segundo entrevista para a revista Quem, em 2010, ele revelou que precisou vender todos os seus bens, inclusive a casa, para conseguir sobreviver, ficando apenas com um Fusca herdado do pai.
Sem redes sociais e considerado “de escanteio” por colegas de profissão, o ator chegou a pedir para o público assistir à peça “Monólogos da Marijuana”, que produziu naquele ano.
Winter ficou nacionalmente conhecido pelo protagonismo de Jove na primeira versão de “Pantanal”, ao lado de Cristiana Oliveira, que interpretava Juma. Na década de 1990 e início dos anos 2000, apareceu em produções marcantes e de grande sucesso, mas depois de “Vende-se um véu de noiva”, no SBT, em 2009, ficou sem contrato com emissoras.
Para lidar com a situação, precisou vender uma casa em Vargem Grande, no Rio de Janeiro, e aprender a viver com pouco. De acordo com ele, em cinco anos anteriores, percebeu-se sem renda alguma, mesmo sem entender como, já que a demanda de mercado era grande, com produções televisivas em alta, ao contrário do que vemos atualmente.
Depois desse momento difícil financeiramente, Winter conseguiu um papel em “Flor do Caribe”, em 2013, na Rede Globo, e posteriormente assinou contrato com a Rede Record, aparecendo em produções como “A Terra Prometida”, “Apocalipse”, “Jesus”, “Gênesis” e, a última”, “Reis”, tornando-se um nome importante na emissora, já que seus personagens são extremamente importantes para as tramas.
Carreira e declínio
Winter começou sua carreira artística aos 17 anos, atuando na peça “Pic-nic no front”, de Fernando Arrabal, e estreou na televisão em 1988, em “Vida nova”. Antes de viver Joventino, ainda participou de “Tieta” e “Desejo”, em 1989 e 1990, respectivamente. Quando estrelou em “Pantanal”, tornou-se um dos maiores galãs da televisão brasileira, e foi chamado para trabalhar novamente na emissora da família Marinho.
Nos anos seguintes, apareceu em “Felicidade”, “Agosto”, “Fera ferida”, “Irmãos coragem”, “Corpo dourado”, “Pecado capital”, “Vila Madalena”, “Estrela-guia” e “Agora é que são elas”, a última em 2003. Segundo entrevista, Winter acredita que tenha incomodado os colegas de profissão por alcançar o topo da carreira, mas garante que não é uma pessoa difícil de trabalhar, pelo contrário, afirma ser capaz de somar — e muito — no elenco.
Vida pessoal
Marcos foi casado com a atriz Paloma Duarte, de 1997 a 2003, pais de Ana Clara Winter, hoje também atriz. Como ficou sem renda durante um período, ele acabou revelando que não estava conseguindo pagar a pensão da filha à época, mas que a ex-companheira sempre o ajudou, permitindo que o dinheiro não fosse pago até que ele conseguisse um contrato de peso.
Nas redes sociais da filha, ela compartilha alguns cliques ao lado do pai, mostrando que os dois têm uma ótima relação. Sobre não ter nenhum perfil nas mídias, ele explica que sua “palavra é muito pesada” e que não sente atração nenhuma em expor sua vida pessoal, garantindo que não é algo de que precisa.
O ator continua trabalhando na Record, onde vive Aitofel em “Reis”; Massá, em “Gênesis”, foi um trabalho muito elogiado. A trama dirigida por Juan Pablo Pires e escrita por Raphaela Castro utilizou locações no Paraná e no Rio de Janeiro para imprimir o tom da novela.