Em vídeo na rede social, o médico informa que o barulho da festa impossibilitava até que as equipes e os pacientes se comunicassem.
A pandemia da covid-19 ainda está longe de acabar. Enquanto a maioria aguarda que a vacinação aconteça de forma mais rápida, as denúncias de aglomerações em diferentes lugares do país continuam.
Com a superlotação dos hospitais, principalmente das UTIs, os profissionais da área da saúde temem um colapso generalizado das unidades, o que causaria milhares de mortes evitáveis.
Em São Paulo, dia 27 de março, o médico identificado como Nelson David Müzel Neto publicou um vídeo em seu perfil do Instagram denunciando uma festa clandestina ao lado de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), que trata pacientes vítimas de covid-19. Segundo relato do profissional, o som estava tão alto, que impossibilitava a comunicação da equipe médica e dos pacientes.
Na unidade havia 73 pacientes internados, em casos leves e graves, que estavam sendo prejudicados pela aglomeração ao lado.
Em filmagem de aproximadamente três minutos, Nelson reclama da falta de respeito com os profissionais, que trabalham dia e noite para dar qualidade de vida a quem está internado.
Segundo ele, os médicos estavam trabalhando em condições insalubres, sentindo-se saturados e explica que não dá para aguentar. Na denúncia, o médico explica que já tinha ligado diversas vezes para a polícia, mas que sempre era encaminhado para setores responsáveis e o atendimento não era realizado.
A crítica também se estende aos governos estadual e municipal, que não tomavam medidas contra as festas clandestinas, e que a atitude era de omissão e desrespeito com os profissionais de saúde e os pacientes.
Os órgãos afirmaram que repudiam qualquer ato que represente risco à saúde pública, como as festas clandestinas, que causam transtornos não só à população, mas também aos pacientes, como no caso exposto.
A Polícia Militar recebeu uma denúncia anônima, mas como a festa já estava instalada, apenas fez ronda no entorno, ao invés de interrompê-la.
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A SSP explicou que, no mesmo dia 26, estabelecimentos foram autuados e dois eventos encerrados, em ação conjunta com o Procon, com cerca de 350 dispersões de aglomerações. Qualquer pessoa pode denunciar festas clandestinas por meio do telefone da Secretaria de Saúde.
A equipe de reportagem tentou contato com o médico, mas ele não respondeu. As pequenas tentativas que os municípios e os governos tentam tomar, ainda que fracas, para conter a covid-19, não são respeitadas por toda a população, já que é possível encontrar, com frequência, reuniões clandestinas em vários locais do país.
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