Um “eu te amo” de um pai, dentro da criança, reverbera como um “eu sou capaz de ser amado.”
O homem mais importante da vida de qualquer pessoa é o pai. Primeiro pela ideia de concepção da vida. Sem ele não nasceríamos. Segundo pela proteção e suporte na mais tenra idade, onde somos incapazes de viver por nós mesmos. E essa conjectura de vida faz com que criemos esse laço fortíssimo. E, por isso, ser amado e reconhecido pela figura paterna é vital para a nossa sobrevivência e para a forma como vamos encarar o mundo desde a infância.
Não adianta usar a desculpa do duro trabalho para sustentar a casa. Nenhum filho pediu para nascer, portanto não é um favor provê-lo da melhor maneira possível. Qualquer conceito machista também não serve, porque um filho homem necessita de carinho e afeto para desenvolver uma autoestima forte e uma personalidade tranquila e agradável.
Quando um pai evita dizer “eu te amo”, seja por orgulho ou vergonha, ele pode mandar diferentes mensagens para a criança, como a ideia de uma competição dentro de uma relação que deveria ser de amor incondicional.
Segurar amor significa dizer que a outra pessoa não o merece, que se considera muito melhor para se declarar, mesmo que seja o contrário. Por isso o filho se sente inferior diante do pai e da vida. Por mais coisas que conquiste, nunca se sentirá suficiente, porque sua busca eterna será pelo amor do pai. Essa contradição interna pode lhe causar muitos problemas emocionais e de relacionamentos, uma vez que o valor que temos de nós mesmos vem principalmente do valor que recebemos dentro de casa.
Rebeldia, malcriação, desobediência, mau humor, manias negativas podem ser um forte indicador de que o filho não consegue ver o amor que os pais sentem. Tenha em mente que mimar e fazer tudo que seu filho deseja, pode ser a forma que um pai encontra de se livrar da culpa por suas falhas e limitações, e qualquer criança sabe ler isso.
Porque o amor é um sentimento, não um presente caro ou uma autorização equivocada. Então, quando um filho se comportar mal, antes de dar-lhe um castigo, dê-lhe amor, de verdade.
Sim, filhos precisam de abraços, beijos e atenção. Eles necessitam de elogios, não só para criarem autoconfiança, como também para entender qual o caminho certo, que têm valor e não estão sozinhos.
A autoridade do pai também é importante, não para medir forças, mas para dizer que existe alguém que o ama tanto, que até se impõe para protegê-lo e evitar que ele prejudique a si mesmo. Autoridade de pai é orientação. Talvez ele faça birra e não entenda conscientemente, mas dentro dele uma fortaleza se erguerá preparando-o muito melhor para a vida. Depois, dê um chamego, um colo e diga “eu te amo”. Brinque com ele um pouco para que entenda que um erro não o define, principalmente porque a infância é o momento de tropeços e aprendizagem.
Todo filho, mesmo que não aceite, tem a figura do pai como a mais importante da vida. Quando ele é amado, mais do que amar de volta o próprio pai, ele é capaz de se amar muito mais. E esse é o principal objetivo de uma criação. Não apenas receber o retorno em gratidão do filho, mas fazê-lo amar a si mesmo o suficiente para desenvolver-se em uma pessoa incrível e feliz!
Porque um “eu te amo” de um pai, dentro da criança, reverbera como um “eu sou capaz de ser amado.”
Então, quando alguma travessura do destino quebrar o coração do seu filho, é a certeza desse amor que sempre irá consertá-lo. E isso faz toda a diferença na vida!
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