“Farei tudo o que puder em nome dele”, disse Ju Amaral na primeira entrevista que concedeu depois da morte do irmão no ano passado.
Um ano depois da morte de Paulo Gustavo, vítima de complicações decorrentes da Covid-19, a família e o Brasil ainda sentem sua ausência como se tivesse acontecido ontem.
As atuações cômicas, as críticas sociais e a constante referência à sua própria história fizeram do ator e comediante um dos melhores do país, fazendo jus ao seu constante empenho.
Pela primeira vez, Juliana Amaral, de 41 anos, e irmã do ator, fala um pouco sobre como tem sido a vida sem sua “alma gêmea”. De acordo com entrevista ao jornal O Globo, a produtora e assistente de direção explica que ainda sente dificuldades em falar sobre a perda do irmão, e isso se reflete na forma como fala sobre ele, sempre no presente.
Atualmente morando com a mãe, Déa Lúcia, de 74 anos, Ju conta que é a fé que faz com que consigam levantar da cama todos os dias, mas que, mesmo assim, ainda se revolta e muito com tudo o que aconteceu. A espiritualidade e o amor por Gael e Romeu, sobrinhos de dois anos, filhos de Paulo Gustavo com o marido Thales Bretas.
Em várias ocasiões, Ju explica que os sobrinhos já mencionaram que receberam a visita do “papai Paulo”, e que um deles sempre defende que ele não morreu, já que sempre aparece para brincar. Diante da situação, ela conta que seus olhos chegam a marejar, mas que sempre tenta disfarçar para que eles não vejam.
![“Disfarço para não me verem chorar.” Irmã de Paulo Gustavo fala sobre relação com sobrinhos](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2022/05/paulo-gustavo-img-2.webp)
Na entrevista ao jornal, Ju Amaram explicou que sempre se considerou “alma gêmea” do irmão, como se fossem a metade de um só. “Nunca houve assunto proibido entre a gente. Conversávamos até no olhar. Todos os momentos ao lado do meu irmão foram de pura emoção. Somos apaixonados um pelo outro. Somos melhores amigos”, revelou a produtora.
Para lidar com o impacto da perda de Paulo Gustavo, mãe e filha resolveram morar juntas, cuidando uma da outra. Em alguns momentos, se divertem muito, em outros experimentam a melancolia, natural e presente no luto. Mesmo enfrentando diariamente a morte do irmão, Ju conta que ainda pretende conseguir alcançar na doutrina espírita esse entendimento e aceitação mais profundos.
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A relação com os sobrinhos segue firme, da forma como sempre foi, e ela os elogia da maneira mais doce que pode. “São os meus amores, e eu sou alucinada por eles. E eles por mim”, revelou Ju. Como Gael e Romeu ainda são muito pequenos para compreender o que aconteceu com o pai, Thales Bretas tenta explicar que ele “virou estrela”, buscando no entendimento lúdico, explicar aos filhos o que aconteceu.
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Ainda assim, é complexo que eles saibam de maneira mais profunda o que aconteceu, enquanto Gael demonstra acreditar que uma das estrelas é realmente o pai, Romeu já chegou a acordar chorando, dizendo que o pai não era uma estrela já que estava brincando com ele naquele exato momento.
Ju aproveita para firmar seu posicionamento em relação ao atual governo, coisa que já tinha feito nas redes sociais em outra ocasião, reiterando que Paulo Gustavo morreu apenas porque não existiam vacinas no país, e esse atraso acabou fazendo com que muitas pessoas se tornassem vítimas. Para ela, o irmão sempre representou o amor e “amar é ação”, como sempre costumava dizer, mostrando que cada um deve fazer sua parte para mudar o rumo atual do país.
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Para a irmã, Paulo Gustavo sempre esteve envolvido em múltiplos projetos, mas seu maior sonho acabou realizando, que era se tornar pai. Ela ainda assume o compromisso de fazer o que estiver ao seu alcance para defender o que ele acreditava, mas faz questão de manter suspense sobre os projetos futuros.
Paulo Gustavo e a Covid-19
No dia 13 de março de 2021, o humorista Paulo Gustavo foi internado por apresentar sintomas de que a infecção da Covid-19 tinha se agravado. Sete dias depois de dar entrada no hospital em Copacabana, no Rio de Janeiro, ele foi intubado para auxiliar o processo respiratório. No dia 2 de abril, os médicos e familiares optaram pelo tratamento com oxigenação por membrana extracorpórea (ECMO), um passo adiante para que o pulmão tivesse chances de se recuperar.
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Durante o tratamento, Paulo Gustavo teve no dia 26 de abril uma pneumonia bacteriana, assustando todo o público. No dia 2 de maio, ele acordou e chegou a interagir com o marido, Thales Bretas, mas no dia seguinte teve uma embolia gasosa, causada por fístula bronquíolo-venosa, falecendo no dia 4 de maio.