A mulher já tinha quatro filhos, que acolheram a nova irmã com muito amor. Todos admiram as atitudes da mãe!
Um gesto de compaixão pode mudar o mundo! E em tempos difíceis, como os que estamos vivendo, ter esses momentos de fé no ser humano é o combustível que, muitas vezes, nos faz ter coragem para lutar mais um dia.
Mais de um ano inteiro de pandemia já se passou e estamos começando a ver as consequências das ações do vírus na vida de todos. As perdas são imensuráveis, tanto no sentido das vidas interrompidas quanto no mundo que antes conhecíamos. Mesmo que tudo volte a ser como antes de ser instaurada a crise, nossa vivência nesse período não pode ser apagada. A história ficará para sempre marcada por este capítulo.
Mesmo diante das adversidades que este período impôs a nós, foi possível ver desabrocharem os mais belos gestos de solidariedade. Em momentos difíceis, é preciso estender a mão para quem está ao nosso lado. Nada é mais valioso do que dedicar um pouco de si para cuidar do outro, mesmo que não se tenha muito para dividir ou que sua situação não seja das melhores.
Uma linda história nesse sentido aconteceu aqui, no Brasil, no Rio de Janeiro, entre duas mulheres que dividiram o fardo da doença e permaneceram juntas. Uma mulher decidiu adotar uma companheira de internação depois de curadas.
Alessandra Nunes, que mora em Macaé, dividiu quarto de hospital com Yamilla Cunha, ambas encarando a covid-19. Foi nesse período que Alessandra decidiu adotar Yamilla.
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Tudo começou quando Alessandra foi hospitalizada sentindo leve falta de ar. Conforme informações do UOL, foi sua enteada quem a encaminhou para tratamento, pois sua respiração estava estranha. Chegando lá, a mulher já não conseguia respirar nem abrir o olho. Alessandra confessou que, naquele momento, pensou que a companheira estava morrendo.
Enquanto isso, Yamilla também apresentava sintomas da doença. Ela foi ao hospital para fazer sua hemodiálise, mas também estava com febre e tossindo, então a médica lhe disse que precisava ser encaminhada o quanto antes para uma testagem, para ver se não havia sido infectada pelo coronavírus.
Infectadas, as duas passaram por fases complicadas no tratamento. Yamilla não tinha forças para sequer abrir os olhos e Alessandra se cansava com facilidade, até mesmo para dizer uma única palavra. Sendo assim, as duas se uniram para se comunicar com os profissionais de saúde.
Alessandra contou que Yamilla era sua boca e ela, em contrapartida, os olhos da outra enferma. Alessandra recorda-se de que não conseguia falar alto, pois ficava muito cansada só de tentar, então Yamilla falava aos outros o que Alessandra precisava que fosse dito.
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Durante esse tempo no hospital, o vínculo das duas foi se estreitando e começaram a se conhecer melhor. Foi por conta disso que Alessandra descobriu que Yamilla era sozinha, sem amigos ou familiares. Por isso, Alessandra decidiu adotar a companheira de quarto e integrá-la à sua família.
Ela não hesitou em dizer a Yamilla que ia morar com ela e seus filhos. Alessandra falou que em sua casa, Yamilla teria sempre companhia e que não precisaria mais ficar sozinha. Yamila é a mais nova integrante da família e teve apoio dos novos irmãos também.
Os quatro filhos de Alessandra admiram muito as atitudes da mãe. Uma das filhas declarou que a mãe está sempre disposta a dar o que tem aos outros e pensa que, com um exemplo como esse dentro de casa, com tanto aprendizado, deseja imitá-la quando tiver os próprios filhos. As filhas disseram que a mãe é uma verdadeira inspiração de vida para elas!