Anthony e Kelly fizeram uma linda cerimônia em contato com a natureza, chamando apenas os amigos mais íntimos e registrando os momentos na memória de todos os convidados.
O casamento é um dos momentos mais íntimos e marcantes de um casal, principalmente quando ele planeja minuciosamente cada detalhe da composição.
Quando os namorados escolhem se unir de maneira mais séria, e confiam no poder da cerimônia de casamento para isso, sentem desejo de compartilhar esse momento com as pessoas mais próximas.
Amigos e familiares se unem para abençoar a nova família que se forma, e isso independe da religião que ambos sigam, já que o amor pode ser traduzido em todas as línguas.
Existem os noivos que querem pirotecnia, música dançante e chamar a atenção o máximo que puderem, os que são mais intimistas, os que fogem da festa e se restringem apenas à união civil. Não existe uma forma correta, o que importa é respeitar a vontade de quem protagoniza esse momento.
Mas você já pensou nas pessoas com deficiência? Podemos abordar a questão da acessibilidade, mas indo um pouco mais fundo nessa questão, como podemos tornar a experiência memorável para os noivos com algum tipo de deficiência?
Não basta colocar rampas para cadeirantes (obviamente que isso é importante), mas é preciso também pensar em maneiras de tornar o momento tão marcante, feito de um jeito tão singular, que saibam que suas questões físicas também foram consideradas no momento do matrimônio.
Foi justamente isso que Kelly Anne Ferraro pensou quando decidiu se casar com Anthony S. Ferraro: como tornar sua experiência memorável.
Anthony é deficiente visual, e por não conseguir enxergar, não teve a possibilidade de ver sua noiva caminhar pelo corredor até o altar usando o vestido branco, um momento icônico para os casais. Mesmo assim, a experiência não deixou a desejar, e foi pensada de forma a agradar a quem mais importava: os noivos!
Kelly decidiu usar um vestido que pudesse ser sentido pelo seu noivo, uma peça que fosse marcante não apenas de maneira visual, mas também tátil. Escolhendo apenas materiais sensíveis ao toque, ela desejou uma peça que agradasse aos dedos do futuro marido, criando uma experiência inédita para ele.
Em reportagem à ABC, Anthony conta que, por ser cego, uma das coisas que mais são relevantes para ele são as texturas, por isso Kelly optou por um vestido tátil, que fizesse sentido ao casal.
Foram necessárias muitas peças para chegar à exata, pois ninguém sabia ao certo o que a noiva procurava, nem ela mesma, ela só sabia que as texturas precisavam estar presentes.
Depois de muitas peças, a jovem encontrou aquela que faria sentido, tanto para ela quanto para Anthony. Era preciso que a cerimônia fosse apreciada por todos os presentes, inclusive o noivo, que revela que realmente conseguiu sentir o impacto das texturas.
De acordo com ele, Kelly não lhe contou nada sobre o que planejava, mas assim que entrou no local e conseguiu tocá-la, soube que fazia sentido. Anthony explica que era como se realmente pudesse enxergar o vestido apenas com o toque dos dedos, conseguindo imaginá-la perfeitamente naquele momento tão único.
O casamento acabou se tornando referência em muitos países e para muitas pessoas, as quais compreenderam a questão da “acessibilidade” não apenas como criar estratégias para que pessoas com deficiência vivam como as outras, mas também para criar espaços e eventos que sejam pensados para elas.
O evento se tornou marcante para todos os convidados, que puderam usufruir de uma união sincera, assim como todos que assistem a um casamento se sentem.
Kelly fez com que seu marido tivesse também um dia e um evento pensado para ele, assim como todo matrimônio deve ser.