#NarrativasQueInspiram – Mulheres fantásticas à frente do seu tempo
Narrativas com foco no universo feminino geralmente são discriminadas e tratadas como conteúdo inferior, simplesmente por ser uma história sobre mulheres. Também há aquelas que por manter os padrões estereotipados do que as mulheres gostam e são, ganham o “título” de história de mulherzinha, o que cai novamente na ideia de algo de menos valor.
No entanto, há algumas narrativas que mesclam um pouco de realismo na ficção das mais fantásticas, quebrando os estereótipos para criar personagens à frente de seu tempo. Isso porque essa pitada de realismo a narrativa fantástica costuma dar uma alma a esse tipo de personagem e o torna ícone de sua época.
Foi em 1941, quando as narrativas geralmente mostravam as mulheres sempre com coadjuvantes ou a causa dos problemas de um homem que só teria sucesso se a “consertasse”, isso se tivesse alguma mulher na história; que as coisas começaram a mudar.
Nesse ano foi lançado a primeira história em quadrinho protagonizada por uma super heroína. A narrativa inspirada em lendas gregas falava da filha da Rainha das Amazonas, que vivia numa “ilha perdida” onde só as imortais guerreiras habitavam. Batizada com o nome de Diana, a princesa não tinha pai, até porque a ilha era um lugar onde as imortais Amazonas viviam isoladas. Porém, a rainha desejou tanto uma filha que fez em barro uma estátua de uma criança. Pedindo então aos deuses que a imagem ganhasse vida. Comovidos, os deuses atenderam ao pedido e deram vida à imagem que a Rainha Amazona moldou da filha e também presentearam a princesinha com vários dons divinos.
E assim o psicólogo William Moulton Marston, também conhecido por Charles Moulton, criou um dos ícones femininos mais celebrados da história dos quadrinhos, a Mulher Maravilha. Uma heroína fantástica, com super poderes que chega ao mundo dos mortais como um tipo de “embaixadora da paz e do amor”.
Isso porque seu criador apoiava as sufragistas e era um feminista declarado. Mesmo com uma vida pessoal das mais polêmicas, ele achava que as mulheres deviam ser tão livres e independentes quanto os homens. Vivendo da forma que elas quisessem e isso incluía ter direito a uma educação equivalente à masculina, inclusive acesso ao ensino superior.
Deixando a vida pessoal do criador da Mulher Maravilha e suas polêmicas de lado, o fato é que ele deu ao mundo uma personagem que inspirou a criação de outras igualmente interessantes. Assim nas décadas seguintes outras heroínas, super poderosas ou não, foram surgindo. Algumas mais ou menos celebradas, até um tanto estereotipadas, mas causadoras de polêmicas valiosas.
O tempo passou e décadas após o surgimento da Mulher Maravilha, as heroínas fantásticas se tornaram tão livres quanto suas ideias e já não ficavam limitadas aos quadrinhos. Na TV, nomes como Buffy, a caça-vampiros, e Xena, a princesa guerreira, fazem história.
Personagens inspiradoras que fizeram muitos repensar conceitos e que estão ajudando a inspirar mudanças, na busca do mundo de paz e amor sonhado pela princesa Diana.