Estou aqui meditando sobre a vida tentando nada dizer. Resolvi fechar os olhos e plantar no peito um jeito mais simples de transitar pelo meu universo.
Foi quando acendi o interruptor da alma e parei de endeusar quem já me fez ralar os joelhos, as bordas dos sentimentos aprofundados nos discursos sobre quem é mais culpado ou quem merece mais vantagem na vida.
A vida não é um competir. É passagem, agonia, sopro que também nos derruba, nos segura, nos empurra. É luz que aquece cada manhã e nos faz refletir.
Na verdade ninguém é de ninguém; essa é a conclusão mais sábia que tirei ao longo do caminho.
Estou aqui revendo minhas coisas rompendo estradas que me conduziram ao pôr do sol mais bonito.
Talvez eu tenha pensado demais ou exagerado na dose. Aquele porre de amor durou a intensidade do sim.
E nessas minhas andanças por vezes travada e ao mesmo tempo seduzida pelo vão do desejo me deixei levar.
Levar por tudo que aprendi por tudo que sofri por tudo que acalmou meu pranto em forma de abraço e aconchego.
Talvez eu não entenda o tempo, mas entenda que tudo que veio dentro dele foi destinado a mim.
Talvez seja essa minha história seja esse tanto de memória que não rasgo não desfaço nem excluo do meu morar tão íntimo.
Tudo foi o que pôde ser. Foi com algumas promessas de porta aberta. Foi mais além.
Talvez hoje eu me demore mais em mim. Estou vencendo muita coisa. Vencendo tudo aquilo que agora já não incomoda mais.
Sou paz, quero paz. Quero amanhecer mais flor do que dor.
Vez ou outra morro de saudade junto meus pedaços e vou seguindo.
Está tudo bem assim.
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