Outro dia abri a geladeira, corriqueiramente, para pegar alguma coisa, e vi que havia uma espumante guardada lá dentro, esperando uma “ocasião especial” para protagonizar um possível jantar, uma data festiva quem sabe, aí fiquei pensando: desde quando? Por que ficou ali, esperando, esperando?
Essa situação me fez refletir sobre o quanto guardamos esperando um momento “especial”, mais “oportuno”.
Assim ocorrem com roupas que são guardadas porque um dia, em alguma situação, serão usadas. Mas o tempo passa, a situação muda, a pessoa engorda, emagrece, muda a fase, uma traça come um pedaço ou simplesmente aquela peça saiu de moda. E agora?
Do mesmo modo, a manifestação de afeto, palavras bonitas, poesias ficam sendo guardadas para a melhor ocasião, aquela data importante, ou o “mérito” do outro para serem, enfim, compartilhadas, mas as coisas mudam para um ou para o outro e já não faz mais sentido dizer, perdeu-se o sentido!
E o dinheiro? Também é guardado! Mas para quê?
É claro que ter alguma reserva financeira é importante, não se sabe o dia de amanhã, mas há muitos casos em que as pessoas guardam porque “vai que um dia precise por motivo de doença, né?”
E aí possivelmente será necessário! Já está sendo construído este momento e o universo reflete o que projetamos!
Então, por que guardar? Por que não estourar a espumante sem uma data especial, fazendo de um dia comum o dia de brindar?
Não tem motivo para brindar? Que tal arrumar um?! Quanto aos sentimentos, aguardar pra quê? Que tal falar agora, demonstrar o que sente? Se o(a) outro(a) não faz o mesmo o problema é dele (a), você disse, viveu, colheu sorrisos, energia boa! E o dinheiro?
Guarde um pouco, torre o outro, guarde para viajar, passear, trocar de carro, comprar um presente, mas permita-se gastar com um café, um cinema ou sorvete e viva!
Não guarde o que pode ser vivido, o que pode ser usado, o que traz boas lembranças! A vida passa rápido demais, então, colecione bons momentos!
____________
Direitos autorais da imagem de capa: konradbak / 123RF Imagens