A Vida nos garante muitas surpresas! Saber onde queremos chegar é tão importante quanto termos a sensibilidade para entendermos como queremos chegar.
Essa compreensão do “como” nos permite olhar a vida a partir dessa relação sujeito x ambiente é que dará o tom elementar da realidade.
Muito além de uma visão mecanicista de estímulo e resposta, falo de uma relação sujeito x mundo, que se desenvolve a partir da própria essência do indivíduo, que por consequência, é moldado pelas escolhas, e afeta todo ser, em movimento constante e ininterrupto.
Creio na transformação diária que ocorre pela compreensão de si mesmo e pelas mudanças que acontecem no interior de cada pessoa e que alteram seus gostos, preferências e influenciam na percepção da realidade, da vida e do mundo.
Também acredito em uma transformação involutiva, que não funciona, que traz sofrimento, dor e ansiedade e que se manifesta em processos de tristeza e infelicidade.
Ao qual o indivíduo se enclausura dentro de si mesmo e começa manifestar comportamentos egóicos. Retrocesso existencial.
Seja a transformação útil e adaptativa ou a transformação inútil e desadaptativa, ambas podem ocorrer dentro de pessoas, com todas as construções psicológicas, sociais, culturais e religiosas, essa relação acontece o tempo todo e afeta a cada indivíduo na compreensão do todo, pois:
O introvertido diz: a vida acontece aqui dentro. O extrovertido diz: a vida acontece lá fora.
O dialético diz: a vida acontece dentro e fora, relacionalmente.. Erwin Schrodinger diz: a vida e a morte acontecem ao mesmo tempo.
Eu digo: a vida simplesmente acontece na pavimentação da existência, de modo que aquele que sou interiormente reflete diretamente para fora e além de mim, pois, às vezes, aquele que morreu, não necessariamente deixou de existir, mas perdeu a vida em si mesmo, ainda que tenha ganhado o mundo inteiro.
O processo de morte, ele se dá ainda em vida, triste é ver muitos não se darem conta que já deram start a este modus operandis.
Porque muito mais triste do que deixar de existir, é morrer antes da morte chegar, é estar morto em vida, apenas existindo, pois nesse indivíduo a vida mesmo já foi extinta.
Há vida em nós, precisamos de paz interior, somente assim poderemos viver num estado de ressignificação constante para atribuirmos significados eternos a nossa própria existência, ampliar nossa capacidade de sentir, expandir nossa visão de mundo, compreender o outro não a partir de nós mesmos mas, mergulharmos em paz no verdadeiro encontro que só pode ser conhecido como “nós” através da genuína relação eu/tu, que aceita o outro como ele é, pois reconhece que também possui falhas, auxilia a humanidade porque acredita que faz parte dela, vive incorporando valores pois acredita que dentro de si flui um rio de águas vivas que nunca cessam e por isso projeta na existência aquilo que tem de melhor, para que todos ao seu redor possa ter paz, amor e realizações.
Então vivamos hoje uma vida de qualidade, para que nós não venhamos perder tempo demais vivendo uma vida que nunca produziu vida em ninguém, muito menos em nós mesmos!
Vivendo por algo que não faz viver, mas que possamos concentrar nossa máxima existencial para agregar todo valor do mundo à criação, inviabilizando qualquer potencial de morte em vida, que possamos proporcionar o máximo de satisfação a todos, antes que as cortinas do teatro da vida se fechem e a morte, enfim, torne-se uma realidade, mas enquanto ela não vem, real e concreto é a nossa existência, sendo assim, o importante é estarmos conscientes de como atravessamos cada momento da vida e o que cada momento tem a nos dizer.
Façamos diariamente essa autoanálise entre momentos de loucuras e sanidade. Seja no espaço tempo entre vida e morte.
Seja na experiência que for, no que diz respeito à vida e morte, uma coisa é mais do que certa, precisamos nos responsabilizar por nossas escolhas, pois cada escolha abre um precedente para uma nova realidade.
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