Entre a segurança do medo ou a instigante curiosidade?
Naquela fração de tempo um eclipse aconteceu, senão o mais belo, certamente o mais curioso já visto até então!
Tudo parecia dentro dos planos, como um roteiro bem escrito, dirigido por um cineasta muito experiente, quando a oportunidade que nunca os agraciou deu lugar ao talento de quem já estava acostumado a vencer todos os desafios que as noites lhe reservara. A lua sentiu-se instigada a manter ativa a chama da conquista precedida pelo desafiador experimento de seu talento sendo colocado à prova junto com a certeza de mais uma das diversas batalhas das quais participou, estava prestes a ser vencida.
Nesse momento, ainda que um deles soubesse que o desafio de buscar abrigo e sombra em o seu companheiro noturno lhe soasse estranho e impossível, ele insistiu em manter convicção e persistências ativas… e então, o que aparentava causar-lhe medo, foi covardemente vencido pela cordialidade, olhares e palavras doces, junto com uma educação ímpar e uma imensa necessidade de conhecer o, algo a mais, que pudesse completar aquela lista de qualidades que o cercavam, a permitir que todos os seus conceitos, experiências vividas e até mesmo conselhos, fossem colocados em segundo plano, dando a esses dois personagens a oportunidade, que fatalmente lhes trariam experiências e incertezas de quase tudo que achavam dominar e conhecer até aquele momento.
Inicialmente, a insistente opinião de quem sempre esteve ao seu lado, valeria muito mais do que qualquer grau de risco a assumir, ainda que por uma aventura extremamente excitante.
Então resolveu acatar seu instinto protetor, valendo-se de seu dote ardiloso, suficiente para demonstrar o profundo interesse naquela experiência, sem se permitir ser levado pelos desejos e anseios tórridos que o consumiam, evitando, assim, entregar-se e permitir que seus conceitos fossem violados à primeira vista.
E eis que eles se encontram no mundo. A lua insistentemente recitava em seu subconsciente palavras positivas que lhe trouxessem à porta aquele que ela tanto desafiou-se a conseguir.
Não foi possível resistir nem mais um minuto àquele misto de alegria e curiosidade, e o sol bateu à porta da lua tentando lhe pedir abrigo.
E como seria possível? Como a curiosidade demonstrada em forma de desejo passou a tomar conta de todo seu ser, e o levou a pedir abrigo ao seu rival, ao único que jamais poderia ser seu por se classificarem como antônimos durante toda a existência?
Mas o medo foi colocado de lado, e sem parecer se importar com conceitos e julgamentos efetivos, o sol foi buscar em seu rival, razões que o colocassem naquele momento sintonizados em uma mesma frequência, numa mesma estação do ano, no mesmo céu de um mundo que começaram a compartilhar, esquecendo-se dos agentes externos e abrindo mão da própria vida, caso sua atitude insana e nada coerente, custasse-lhes a escolha entre viver e morrer.
Naquela fração de tempo um eclipse aconteceu, senão o mais belo, certamente o mais curioso já visto até então!
Nascia ali a história do dia em que a noite preferiu estar coberta de luz e o sol conseguiu se abrigar na lua.