Jéssica resolveu denunciar publicamente as perseguições que vinha sofrendo desde 2018.
A ex-soldado Jéssica Paulo do Nascimento, de 28 anos, ameaçada de estupro por superior protocolou uma petição na Polícia Militar após ela descobrir um grupo de WhatsApp criado contra ela.
De acordo com informações do G1, o grupo, que tinha o nome “Todos odeiam Jéssica” foi criado pelo sargento que era o seu superior, antes de abandonar a carreira e ser exonerada da PM devido à repercussão do caso. Jéssica ficou sabendo da existência do grupo através de uma denúncia anônima.
A denúncia que chegou até ela contava que alguns policiais foram adicionados ao grupo, mas acabaram saindo aos poucos, até que permaneceram apenas o sargento e outra PM. Nesse grupo, eram compartilhadas reportagens sobre a denúncia que Jéssica fez contra o tenente-coronel Cássio Novaes, e também sobre seu relato da perseguição vivida por ela na corporação após fazer a denúncia.
![Sargento cria grupo de mensagens contra soldado ameaçada de estupro por superior](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2021/06/soldado.jpeg)
Jéssica citou o grupo na rede social como uma comprovação da perseguição que sofreu antes de abandonar a carreira, e afirmou que, mesmo depois da exoneração, sentia medo.
O advogado de defesa Jéssica disse em entrevista ao portal de notícias que tomou as medidas cabíveis junto à Corregedoria, e que requereu a instauração de um Inquérito Policial Militar (IPM) para investigar os novos fatos, assim como um processo administrativo regular para verificar a conduta desse policial militar.
Também foi realizado um pedido de imposição de medidas protetivas em favor de Jéssica, em relação ao tenente-coronel Cássio Novaes e ao sargento responsável pela criação do grupo.
![Sargento cria grupo de mensagens contra soldado ameaçada de estupro por superior](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2021/06/mensagens-marco.jpeg)
“A criação de um grupo fomentando ódio coloca veementemente em risco a vida da ex-soldado e da sua família. Além das medidas citadas, também foi requerido que, diante da gravidade dos fatos, os autos do IPM que apura o crime de assédio sexual seja remetido para a Justiça Militar com essa novas informações com urgência, a fim de que o Ministério Público tome ciência dos fatos e, assim querendo, se manifeste a respeito”, disse a defesa, que também manifestou o desejo de que os policiais envolvidos no ocorrido sejam ouvidos e que prestem esclarecimentos à Corregedoria.
![Sargento cria grupo de mensagens contra soldado ameaçada de estupro por superior](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2021/06/mensagens-2-de-abril.jpeg)
Através de uma nota, a Polícia Militar explicou que os fatos relacionados ao grupo de WhatsApp, bem como os fatos anteriores, estão sendo apurados em um inquérito policial militar (IPM). As investigações são conduzidas pela Corregedoria e seguem em sigilo, conforme determina o artigo 16 do Código de Processo Penal Militar.