Zuleica (Aline Borges) cansará de viver em São Paulo e dará as caras na fazenda de Tenório (Murilo Benício) em Pantanal.
Será um baque para Maria Bruaca (Isabel Teixeira), que mal teve tempo de digerir a segunda família do marido. Já Guta (Julia Dalavia) terá de lidar com a paixão mal resolvida pelo irmão, Marcelo (Lucas Leto), na novela das nove da Globo.
Apesar da saia-justa, Aline defende os princípios de Zuleica. A atriz revelou que a mulher só se colocou naquela posição por causa de um segredo do passado. “A história é complexa”, justifica a atriz, em entrevista ao colunista Zean Bravo, do jornal Extra.
“Em 23 anos de profissão, essa personagem é a que mais tem me desafiado. Zuleica é repleta de nuances. Não é uma mocinha. É uma mulher real, atual, cheia de erros, com posicionamentos importantes”, afirmou.
A personagem, afinal, tem muitos conflitos. Ela criou três filhos –Marcelo, Roberto (Cauê Campos) e Renato (Gabriel Santana)– praticamente sozinha. Também sofre pelo marido não reconhecer a identidade racial da família.
“Ela é forte e tem princípios bem desenhados. Mas, por ironia do destino, se vê presa a uma situação complexa do passado. É importante entender que Zuleica não é a ‘outra’. Na cabeça dela, Maria pode ser a outra mulher de Tenório”, diz.
A questão racial é uma das novidades do remake, que busca se moldar aos assuntos debatidos na atualidade. Na trama exibida pela Manchete (1983-1999), Tenório, então vivido por Antônio Petrin, escondia a outra família por medo da pecha do divórcio. Agora, o crápula tomará essa atitude por racismo.
“O racismo será abordado através de situações cotidianas, porque o racismo está na estrutura da sociedade. Ele se manifesta de diversas formas, ainda que a grande maioria insista em negar sua existência. O racismo é um grande câncer que precisa ser combatido todos os dias”, completa a intérprete.
Escrita por Benedito Ruy Barbosa, a novela Pantanal foi exibida em 1990 pela extinta Manchete. O remake da Globo é adaptado por Bruno Luperi, neto do autor.