A população brasileira é composta por 104,5 milhões de mulheres (51,5%) e 98,5 milhões de homens (48,5%), de acordo com os dados do Censo Demográfico 2022 divulgados nesta sexta-feira (27).
A diferença, estimada em 6 milhões de habitantes, é 52,6% maior do que a apurada em 2010, quando o Brasil tinha 3,9 milhões a mais de residentes do sexo feminino.
De acordo com os dados, somente nos estados do Acre, Tocantins, Roraima e Mato Grosso a população masculina supera a feminina. Em contrapartida, o Rio de Janeiro lidera com a maior proporção de habitantes do sexo feminino, registrando 89,4 homens para cada grupo de cem mulheres.
A tendência observada desde o Censo de 1940, com a população feminina superando a masculina, foi novamente confirmada por esses resultados. O relatório anterior, que remonta a 1920, apontava que havia um excedente de 250 mil homens em relação às mulheres no Brasil.
Observa-se que a diferença aumentou significativamente, com um aumento de 1.152% desde 1970, passando de 480.346 para os atuais 6.015.894. Na década de 1970, a população era composta por 46,8 milhões de mulheres e 46,3 milhões de homens.
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Os resultados reforçam a tendência histórica de predominância feminina na demografia do Brasil, refletida na razão de sexo que tem sido observada desde 1980. Naquele ano, havia 98,7 homens para cada 100 mulheres. Em 2022, a razão de sexo era de 94,2 homens para cada 100 mulheres.
De acordo com o IBGE, a avaliação da distribuição etária e por gênero da população oferece informações fundamentais para o cálculo de diversos indicadores demográficos, que possibilitam “avaliar as mudanças e tendências do perfil demográfico da população ao longo do tempo”.
Esses dados também desempenham um papel fundamental na elaboração de políticas públicas destinadas a atender às demandas de grupos específicos, que são levados em consideração na avaliação de diversos programas sociais e econômicos.
Em 2022, o Censo Demográfico revelou que o crescimento populacional no Brasil continuou a seguir a tendência de declínio que começou nos anos 1970, aumentando apenas 6,45% durante o período de 12 anos. Esse crescimento é o mais baixo da história, resultando em uma população total de 203.062.512 habitantes.
Regiões
Segundo os dados do Censo, todas as grandes regiões continuam a mostrar a tendência de diminuição na razão entre homens e mulheres ao longo dos anos.
No entanto, em 2022, a região Norte registrou, pela primeira vez, uma população masculina menor que a feminina. Enquanto isso, o Sudeste permanece com a menor proporção desde o ano 2000.
De acordo com o IBGE, a análise revela uma maior proporção de homens desde o nascimento até os 19 anos.
“Essa maior incidência de homens nas primeiras idades é uma consequência do maior nascimento de crianças do sexo masculino em relação àquelas do sexo feminino” conforme apontado no estudo.
A maior concentração de homens diminui à medida que a idade avança devido à sobremortalidade masculina, que é mais acentuada durante a juventude devido às mortes por causas externas.
“A partir do grupo etário de 25 a 29 anos, a população feminina se torna majoritária em todas as regiões, intensificando-se nas idades mais avançadas, devido à menor mortalidade das mulheres também nessas idades” declara o Censo.
Envelhecimento
Os dados recentes divulgados nesta sexta-feira também destacam o processo de envelhecimento da população brasileira.
No período de 12 anos, houve um aumento de 57,4% na população com 65 anos ou mais, elevando sua representação para 10,9% do total de habitantes do país. Esse é o maior percentual desde 1872, quando foi realizado o primeiro censo nacional.
Por outro lado, o percentual de crianças com idades entre 0 e 14 anos, que era de 38,2% em 1980, caiu para 19,8% em 2022.
Essas transformações vêm alterando a estrutura etária do Brasil desde os anos 2000. Como resultado, a idade mediana dos brasileiros aumentou de 29 para 35 anos nos últimos 12 anos, indicando claramente o processo de envelhecimento da população.
O Índice de Envelhecimento, que reflete a relação entre idosos de 65 anos ou mais e crianças de 0 a 14 anos, aumentou de 30,7 para 55,2. Esse valor indica que agora existem cerca de duas crianças para cada idoso.